quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Manifestantes saem às ruas de Belém contra Belo Monte

Cidadania e Meio Ambiente

Manifestantes saem às ruas de Belém nesta sexta (11) para protestar contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O protesto está previsto para começar às 9 horas, quando os manifestantes sairão em caminhada do Terminal de ônibus da UFPA em direção à Eletronorte, na avenida Perimetral, no bairro da Terra Firme.

A manifestação é uma promoção do Comitê Xingu Vivo para Sempre e do Diretório Central dos Estudantes da UFPA (DCE) e contará com a presença de indígenas, de lideranças da região da Transamazônica, do irmão da missionária Dorothy Stang - David Stang - e do bispo da Prelazia do Xingu, Dom Erwin Kraütler, entre outros ativistas sociais.

O ato público acontece no momento em que o governo federal acelera o processo de licenciamento da Hidrelétrica de Belo Monte, ignorando as falhas técnicas do projeto apontadas pelo Painel de Especialistas da UFPA. As pressões para que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conceda a licença ambiental são tantas, que na semana passada, toda a cúpula do órgão, responsável pelo setor de licenciamento, pediu exoneração dos cargos.

Durante o protesto, os manifestantes pretendem dar visibilidade à luta histórica dos povos do Xingu contra a construção de barragens e denunciar os impactos ambientais que serão causados, caso a hidrelétrica seja construída. “A população precisa tomar conhecimento sobre os reais interesses por trás da construção da usina, pois as barragens vão atingir diretamente a saúde, a vida, a moradia e o sustento de comunidades ribeirinhas e indígenas, além de destruir a biodiversidade da floresta”, afirma Anderson Castro, coordenador-geral do DCE da UFPA.

Para as entidades que organizam a manifestação, o projeto da Usina de Belo Monte contém diversas irregularidades, pois o Estudo de Impacto Ambiental do empreendimento sequer aponta a quantidade de famílias que serão atingidas pela Hidrelétrica. “Este projeto é maléfico para a região, pois não temos necessidade de energia. A construção da Hidrelétrica vem beneficiar apenas as multinacionais e as gigantes do ramo da construção civil, como a Odebrecht e a Camargo Correa. Enquanto isso, a navegação de parte do Xingu será interrompida e a vida dos trabalhadores da região e a biodiversidade da floresta serão destruídas”, explica Anderson Castro.

Segundo ele, ao final da manifestação, uma carta será entregue por uma comissão à direção da Eletronorte. No documento, as entidades exigem que o projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte seja paralisado e que sejam realizadas novas audiências públicas com as comunidades envolvidas. Os manifestantes defendem, ainda, um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, que preserve os recursos naturais e garanta uma vida digna à classe trabalhadora.

Texto: Assessoria de Comunicação do ato - Jornalistas Max Costa, Cleide Magalhães, Marquinho Mota e Luiz Arnaldo.

OAB/Pará premia Defensores de Direitos Humanos

Ainda nesta sexta-feira (11), a partir das 19 horas, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará OAB/PA, como faz todos os anos, premiará defensores de direitos humanos que se destacam, pela sua história, na defesa desses direitos com o Prêmio José Carlos Castro. Este ano oa homenagem vai para frei Henry dês Roziers e Antônia Melo. O evento será no Largo da Trindade, em frente à sede da OAB, no centro de Belém.

Frei Henry tem uma vida dedicada ao povo de Xinguara, sudeste do Pará, onde atuou no combate ao trabalho escravo. É advogado e padre dominicano.

Antônia Melo teve um filho assassinado em Altamira, oeste do Estado, num processo em que representantes de uma seita que sacrificava meninos sentaram no banco dos réus. A partir desse fato, Antônia tornou-se uma militante dos direitos humanos e hoje é uma das principais vozes na defesa da vida do Xingu, liderando o forte movimento das mulheres na região.

Segundo Mary Cohen, presidente da Comissão de Direitos Humanos, “será uma festa que integra a Semana Justiça e Paz em parceria com vários movimentos sociais, pela defesa dos direitos humanos. Lá estarão crianças, jovens, idosos, todos unidos pelo laço de esperança na construção de um novo mundo, justo, solidário e fraterno”.

Durante o evento ocorrerá, ainda, um ato público contra a criminalização dos movimentos sociais. Ao final, haverá programação cultural.


Edição de texto: Cleide Magalhães, com informações da OAB/PA.

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