domingo, 7 de agosto de 2011

Dia dos pais aquece vendas

Lojistas esperam alta de até 7% em relação a 2010. Roupas, acessórios e eletrônicos estão na lista dos filhos.

Por: Cleide Magalhães

Reportagem especial publicada no jornal Amazônia, em 07/08/2011

O Dia dos Pais é comemorado em diversos países do mundo. No Brasil, a data é comemorado no segundo domingo do mês de agosto, que este ano será no próximo dia 14. Para o comércio popular de Belém e os shoppings centers da cidade, a data representa a quinta posição no ranking de sucesso de vendas, quando a população mais compra presentes. As datas recordistas de vendas vão o Natal, o Ano Novo, o Dia das Mães e o Dia dos Namorados.

Segundo Joy Colares, vice-presidente do Sindicato dos Logistas do Comércio de Belém (Sindilojas), que conta com cerca de três mil associados diretos e 12 mil indiretos, apesar de o varejo estar meio retraído nos últimos 60 dias, as vendas têm crescido desde 1996 e a expectativa é que a movimentação no centro da cidade aumente a partir de quarta, 10, e se intensifique na sexta, 12, e sábado, 13, quando o crescimento nas vendas deverá atingir entre 5% e 7% em relação ao ano passado. 'Esse aumento será real de 12% a 13% em realção a 2010. Não temos como falar em valores exatos, fizemos essa projeção de acordo com consultas realizadas junto a instituições que fornecem informações sobre crédito'.

Segundo as Assessorias de Imprensa dos três shoppings centers da cidade (Pátio Belém, Boulevard Belém e Castanheira) existe uma expectativa de crescimento nas vendas de diversos produtos, que apresentam preços variados. No Pátio Belém, desde o início de agosto em torno de 43 mil pessoas já passaram pelo local. 'A expectativa é que aumente para 60 mil pessoas até a véspera do Dia dos Pais e as vendas cresçam entre 8% e 9% em relação a 2010. Para isso, inovamos com uma promoção que sorteará três viagens a São Paulo e ingresso para asistir o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, em Interlagos', disse o gerente de Marketing do Pátio Belém, Antônio Carlos Maziver.

Presentes variam de acordo com a renda

Os valores para a compra do presente no comércio também variam, pois dependem do gosto do consumidor. Em ambos os espaços, o perfil dos consumidores são relativos e tem gosto para tudo. No centro da cidade o perfil do cliente é de baixa e média renda e os gastos com presentes ficam, em média, entre R$ 60,00 e R$ 120,00, a serem pagos pelos objetos tradicionais como artigos em couro como cinto, carteira e sapato e confecção e aparelhos eletrônicos (DVDs e TV de plasma).

No comércio popular, na última sexta, 5, a movimentação ainda era tímida. A auxiliar administrativa Paula da Silva, 39 anos, fazia somente pesquisa nos preços dos produtos, e já tinha certeza do que vai comprar para seu pai, Pedro Campos, 75 anos. 'Vou dar uma bermuda que custe até R$ 40,00. Não posso dar algo mais caro', disse.

Shoppings inovam em vitrines para aguçar o gosto do cliente

Nos shoppings, as vitrines estão atrativas e decoradas com cartazes e vários tipos de promoções para atrair atenção dos consumidores. Há lojas que fogem do tradicional e buscam inovar nos produtos sugerindo novas dicas de presentes para o Dia dos Pais. São kits relacionados a diferentes personalidades de pais como mestre-cuca, festeiro e workaholic. Os kits vêm acompanhados de outros produtos como caneca, almofada massageadora e podem ser vendidos separadamente ou trocados por outras peças, mas, se este for o caso, o preço do kit pode ter alguma variação no preço. 'Na semana passada, tínhamos 20 kits. Hoje (terça passada) restam somente cinco. Pode ser que cheguem mais. Montamos a vitrine exibindo esses e outros produtos diferentes desde 21 de julho. A expectativa é vender mais que em 2010. A gente sempre cria novas mercadorias na véspera do Dia dos Pais, para trazer ao nosso cliente as últimas novidades do mercado', disse Leonardo Miceli, gerente de loja.

O consultor de vendas Marcelo Correa, 29 anos, que perdeu o pai no ano passsado, se deslocou do bairro da Marambaia para ir ao shopping procurar por um presente que ele vai dar a uma pessoa tão especial quando o seu pai. 'Vou presentear um grande amigo do meu pai, que sempre me ajudou quando meu pai era vivo e também depois que ele morreu. Este ano, é a primeira vez que vou passar a data sem meu pai biológico. Sinto vontade de oferecer um artigo que traduza meu sentimento ao amigo do meu pai. Devo comprar uma camisa ou um acessório, que varie entre R$ 70,00 e R$ 150,00', informou.

HORÁRIO ESPECIAL DE FUNCIONAMENTO

Shoppings

Pátio Belém

Na sexta, 12, e no sábado,13 - Das 10h às 23h.
No domingo, 14, será normal - das 10h às 22h.
End.: Trav. Pe. Eutíquio, 1078. Batista Campos.
Tel.: 91 - 4008 5800
www.patiobelem.com.br

Castanheira

Praça de alimentação, cinemas, parque de diversões e lojas âncoras.
Domingo, 07 - Das 12h às 22h
Demais lojas
Domingo, 07 - Das 14h às 22h.
Os horários de funcionamento do próximo final de semana ainda serão divulgados.
End.: Br - 316, s/n, km 1, na bairro da Guanabara, em Belém.
Tel.: 91 - 4008 8100/4008 8101
Linkwww.shoppingcastanheira.com.br

Boulevard Belém

Lojas, lazer e praça de alimentação
Sexta, 12, e sábado,13 - Das 10h às 23h
Restaurantes
Segunda, 08, a sábado, 13 - Das 10h às 00h
End.: Avenida Visconde de Souza Franco, 776, no bairro do Reduto.
Tel.: 91 - 3299 0500
www.boulevardshoppingbelem.com.br

HORÁRIO NORMAL DE FUNCIONAMENTO

Comércio

Segunda a sábado - Das 8h às 19h
Domingo - Não há previsão de funcionar.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Construção civil está em alta

No Pará, setor foi o que abriu maior número de vagas formais

Por: Cleide Magalhães

Reportagem especial publicada no jornal Amazônia, em 31/07/2011

O déficit habitacional do Pará - que está em torno de 470 mil moradias, dos quais 170 mil pessoas não têm onde residir em Belém - e o elevado crescimento do crédito justificam o fato de a Indústria da Construção Civil ser a atividade econômica paraense responsável pela maior abertura de vagas de empregos em junho deste ano. É o que revela o estudo feito pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, ao mostrar um crescimento de 2,05% na geração de empregos formais, apontando 6.018 admissões contra 4.650 desligamentos: saldo positivo de 1.368 empregos com carteira assinada.

José Roberto Rodrigues, economista e responsável pela área de Pesquisa e Análises Econômicas do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscom), afirma que a Indústria da Construção Civil no País teve aquecimento especialmente em 2010, quando foram investidos cerca de R$ 2 bilhões no Pará na construção de 36 mil habitações em Belém, Ananindeua e adjacências. Dos R$ 2 bilhões, R$ 600 mil foram oriundos de Caderneta de Poupança e R$ 1,4 bilhão de Programas do Governo Federal como o Minha Casa Minha Vida. "Se continuar nesse ritmo - e a expectativa é que os investimentos cresçam - o déficit de habitação no Pará poderá reduzir em 70% até 2022. A prioridade é garantir moradia à população de baixa renda, a qual será beneficiada com programas de habitação como Minha Casa Minha Vida", disse.

De acordo com estudos realizados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o Brasil, que conta com déficit habitacional estimado em 7,2 milhões de moradias, chegar a 2022 com a eliminação total das residências precárias e da coabitação - famílias dividindo a mesma moradia -, serão necessários investimentos de R$ 3,2 trilhões na construção de 23,1 milhões de residências.

Cohab tem 17 empreendimentos em andamento

A assessoria de imprensa da Companhia de Habitação do Pará (Cohab), do Governo do Estado, afirma que em 46 anos de existência do órgão contabiliza o atendimento de cerca de 75 mil famílias com novas moradias, melhorias habitacionais, lotes urbanizados e regularização fundiária em todo o Estado. "O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está entre as grandes alternativas de recursos para viabilizarmos a diminuição do déficit habitacional", disse o presidente da Cohab, Marcos Aurélio de Oliveira. O PAC define, ainda, que seja feita a urbanização de assentamentos precários, as conhecidas invasões e realiza a construção de unidades habitacionais e obras de urbanização, como é o caso do bairro de Jaderlândia, em Castanhal.

Atualmente, a Cohab tem 17 empreendimentos em andamento, que deverão beneficiar cerca de 17 mil famílias. Serão quase seis mil novas habitações, com a realização de 1,5 mil melhorias e ampliação de moradias, além de 10 mil lotes infraestruturamos. Estes empreendimentos estão nos municípios de Belém, Castanhal, Mocajuba, São Geraldo do Araguaia e Jacundá.

Cheque - A Cohab informa também que o Cheque Moradia, programa que atende famílias com renda de até três salários mínimos, criado em 2003, já atendeu 28 mil famílias em todo o Estado e estima atender até 2014 cerca de 17 mil famílias. O programa disponibiliza três modalidades de atendimento: construção, melhoria e ampliação de unidade habitacional. O benefício é destinado a servidores públicos e a famílias vítimas de incêndio ou que vivem em moradias com situação de risco.

Programa - Já o Programa Minha Casa Minha Vida, que concede o acesso à casa própria para famílias com renda de até R$ 1.395,00, deverá permitir a conclusão de mais de quatro mil habitações em seis municípios paraenses: Ananindeua, Benevides, Castanhal, Marituba, Santa Bárbara e Santa Isabel do Pará, com previsão de entrega até o ano que vem. Este ano, um dos empreendimentos entregue à população foi o Residencial Paulo Fonteles II, em Ananindeua.

Há contratações também no interior

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), que também analisa os dados do Caged, verificou que no mesmo período de 2010, a Construção Civil apresentou saldo positivo de empregos formais, porém foi menor que este ano. Em 2010, foram 5.078 empregos formais gerados e 4.090 desligamentos - um saldo positivo de 988 postos de trabalhos com um crescimento de 1,68%.
As análises do Dieese/PA mostram ainda que em junho a maioria dos Estados da Região Norte apresentaram saldos positivos de empregos formais. Seguido do Pará, esteve o Amazonas (667 empregos) e Acre (422). Na outra ponta, Rondônia apresentou a maior perda de postos de trabalhos (118).

Em junho passado, os empregos gerados no Pará estiveram presentes em Belém, Ananindeua, Barcarena, Castanhal, Marabá, Parauapebas, Tucuruí, Santarém, Paragominas e Altamira. Segundo o economista, a distribuição faz com que a Construção Civil no Pará se diferencie de outros Estados da Região Norte do Brasil.

"No Pará, o emprego é melhor distribuído geograficamente. Mais de 80% deles estão distribuídos entre vários municípios. Em outros Estados, geralmente, são concentrados nas capitais, como Manaus e Macapá. Isso faz com que o emprego no Estado seja bem distribuído, ajuda a minimizar as desigualdades regionais e dominui a vinda de pessoas de outros municípios para a capital", considera.

Trabalhadores passam de obra a outra

Atualmente, o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscom) contabiliza que 150 unidades habitacionais estão em construção em Belém nos bairros de Batista Campos, Umarizal, Marco e Cremação. As obras duram, geralmente, entre 36 a 45 meses. "Nesse período, o trabalhador é contratado com carteira assinada e na medida em que a empresa vai passando para outros empreendimentos, muitos trabalhadores permanecem", garante José Rodrigues.

O economista informa que a maior parte dos trabalhadores nessas obras é de Belém. Afirma que há contratação de pessoas de fora do Estado somente em ocasiões em que envolvem grandes empreendimentos e a quantidade de trabalhadores hoje ainda é insuficiente para serviço de grande porte. Um exemplo ocorreu durante a construção do Shopping Boulevard, no Reduto, que precisou de cerca de 1,2 mil trabalhadores. "Temos trabalhadores formados pelo SESI, Instituto Federal do Pará e escolas técnicas. Oferecemos ainda treinamento nos canteiros de obras nos programas de capacitação do Sinduscom", disse.

Gargalos ainda se mantêm no Estado

Embora ao longo dos últimos anos a Construção Civil paraense busque recuperar seu papel estratégico na geração de investimentos, emprego e renda, ainda existem gargalos. "Entre os quais se destacam a escassez da oferta de trabalhadores qualificados, além da falta de terreno com infraestrutura adequada, especialmente no segmento de habitação popular. Também existe um descompasso entre a oferta e a demanda de insumos, equipamentos e mão de obra, uma vez que do lado da oferta os ajustamentos são realizados de forma mais lenta em resposta aos estímulos recebidos pelo lado da demanda", ressalta o economista José Rodrigues.

Outros pontos, na opinião do especialista, são a ausência de políticas públicas que desonerem os investimentos em bens de capital (máquinas e equipamentos), novas tecnologias e avançar na qualificação da mão de obra, "condição necessária para o desenvolvimento de processos construtivos mais eficazes e que resultem em maior produtividade do trabalho e do capital. Essas pendências suscitam inquietação sobre o futuro dos segmentos da cadeia produtiva da Construção Civil paraense."

Diminuir o déficit é desafio para prefeitura

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), na atual gestão da Prefeitura de Belém mais de 680 pessoas receberam unidades habitacionais em Belém nos bairros do Telégrafo, Paracuri, Guamá e Jurunas. Nos próximos anos, sem precisar quando, mais de mil famílias deverão ser atendidas com habitação e aproximadamente 6 mil poderão ser atendidas com infraestrutura na cidade, por meio do programa "Habitação: Um Direito de Todos", que envolve a urbanização de assentamentos precários, construção de unidades habitacionais, produção de lotes urbanizados e regularização fundiária.

Entretanto, sanar o déficit habitacional ainda é um desafio para a Sehab. As maiores dificuldades enfrentadas se dão por conta do alto índice de famílias conviventes, inclusive em famílias de classe média; número elevado de assentamentos precários com más condições de infraestrutura (educação, saúde, lazer e cultura". "A Sehab tem buscado incluir na captação de recursos a maior quantidade possível de assentamentos que compõem a periferia da cidade, a fim de reduzir o déficit. No entanto, somente as ações da prefeitura não vencem a significante demanda de habitação que a cada dia cresce expressivamente, inclusive com o adensamento de familiares que chegam oriundas de outras cidades e estados", explica.