quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Vila Encantada espera 150 mil visitas

Por: Cleide Magalhães

Em apenas quatro dias, a oitava edição da Vila Encantada já atraiu cerca de nove mil pessoas, que buscam magia, diversão e encantamento natalino no Grêmio Literário e Recreativo Português, no Tenoné, em Icoaraci. O evento traz como tema "Natal dos Sonhos", acontece de terça a domingo e está aberto até 23 de dezembro, quando são esperadas um total de 150 mil visitas.

As atrações envolvem o Bosque dos duendes, Estação de trem, Queima de fogos, Encenação do presépio (auto de Natal), Show na Sala do Noel – Bailando no Natal, Show Delícias da Mamãe Noel, Castelo Show, Parada Natalina, e as novas atrações, Floresta Encantada, Fábrica de brinquedos, Show no lago com canto coral, Show Natal dos Mundos e Natal de todos os povos (Farra dos Noéis).

No local, os efeitos especiais e a natureza do lugar impressionam os visitantes. A técnica em enfermagem, Maria Mendonça, que mora em Anajás, na ilha do Marajó, esteve na Vila Encantada acompanhada de seu filho, Kaik Maués, e das amigas Érica Gibson e Inês Lobato. A turma toda visita pela terceira vez o evento, que já faz parte do calendário de Natal. "Todos os anos meu filho pede para trazê-lo, ele e eu adoramos esse lugar. É muito bom para as crianças porque é um espaço cheio de magia e encantado. Não conseguimos esperar por muito tempo e sempre visitamos logo na primeira semana".

O presidente do Grêmio Literário e Recreativo Português, Antônio Cunha, considera que a Vila Encantada é importante, principalmente, pelas ações solidárias feitas durante o evento, que beneficia comunidades carentes. "Além do valor do ingresso, a pessoa contribui com um quilo de alimento não perecível, que são doados a comunidades pobres cadastradas previamente; com apoio dos nossos parceiros garantimos lanches todas as terças-feiras para 500 crianças e destinamos parte da renda arrecadada com a venda de ingressos ao Instituto Criança Vida, das Organizações Romulo Maiorana, que trabalha com crianças e adolescentes em situação de risco. Tudo é muito gratificante", disse.

Na Vila Encantada foram instaladas três milhões de lâmpadas. São 450 pessoas que trabalham diretamente e 35 empresas parcerias. "Toda essa estrutura só foi possível porque conseguimos a participação de todos, afinal o Natal é fraternidade e coletividade", prestigia Marcelo Miranda, diretor geral e artístico do parque temático.

Serviço:

De terça a domingo, das 18h às 24h, Vila Encantada 2009, no Grêmio Literário e Recreativo Português (Rodovia Augusto Montenegro, s/n km 10). Ingressos: R$ 6,00 e mais um quilo de alimento não-perecível que deve ser entregue na entrada da Vila Encantada. Informações: 91 - 3241-0918.

Texto publicado em O Liberal e Amazônia, 28/11/2011.

Vicente Salles merece!

Na sexta, 2, a Universidade Federal do Pará (UFPA) entrega, oficialmente, o título de doutor honoris causa ao pesquisador Vicente Salles. A cerimônia de entrega acontece no Auditório dos Conselhos Superiores da Universidade (SEGE), a partir das 17h, ao som de música regional e erudita. Representantes de várias áreas de atuação de Vicente Salles estarão presentes.

O título doutor honoris causa é o mais alto dos graus universitários, normalmente concedido a personalidades que tenham se destacado pelo saber ou pela atuação em prol das Artes, das Ciências, da Filosofia, das Letras ou do melhor entendimento entre os povos.

Leia mais: http://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=5277

UNIPOP promove debate contra redução da maioridade penal

Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) realizou uma pesquisa que apontou o Pará, em 2010, com números expressivos de morte de adolescentes e jovens. A violência foi a principal causa apresentada e atinge metade desta parcela da população, sobretudo, meninos, pobres e negros, da faixa etária dos 15 até aos 24 anos. Desde 2008, o Estado tem apresentado crescimento em relação à exterminação da juventude: há três anos a Federação estava na 6ª posição e, atualmente, encontra-se na 8ª colocação.

Um problema preocupante, considerando que no Congresso Nacional tramita desde a metade da década de 90 projeto de lei que busca regularizar a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos de idade, com a finalidade de fazer com que adolescentes respondam por seus atos conforme as penalidades previstas no Código Penal e não mais pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com a aplicação das medidas socioeducativas.

Diante disso, o Instituto Universidade Popular (UNIPOP) realiza, no próximo dia 06 de dezembro (terça-feira), o Seminário Estadual Contra a Redução da Maioridade Penal, no Centro Integrado de Inclusão e Cidadania (CIIC), das 14h às 18h. O evento é uma das ações da Campanha “Em Defesa do ECA – Pela não Redução da Maioridade Penal”, desenvolvida pela UNIPOP e Fórum Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (FDCA), que integra cerca de 30 organizações da sociedade civil paraense.

Segundo a coordenadora de monitoramento do Pró-DCA, a assistente social Maria Rocha, a UNIPOP tem como um de seus princípios a promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente e, a partir dele, lança a campanha Contra a Redução da Maioridade Penal, em parceria com a Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (Apaac) e do Fórum Estadual de Direitos de Crianças e Adolescentes.

A UNIPOP não acredita em argumentos que favoreçam e justifiquem tal redução, principalmente porque existem dados objetivos e concretos que nos mostram que o grande problema é a ineficiência de políticas públicas. Logo, é fundamental convocar a sociedade para este debate”, enfatiza a assistente social.

Para a diretora Geral da UNIPOP, a pedagoga Aldalice Otterloo, em uma sociedade marcada pela extrema desigualdade social, as populações pobres e negras são as mais vulneráveis às violações de direitos humanos, sendo que as mais graves violações se dão justamente na infância e adolescência e que resultam em consequências muitas vezes irreversíveis.

“A exposição à violência (fortemente marcada pela exploração sexual, violência doméstica, homicídios, tráfico e uso de drogas) e a exclusão dos direitos sociais básicos como educação, saúde, lazer e trabalho, são os principais fatores que caracterizam a vulnerabilidade da população infanto-juvenil”, ressalta Aldalice.

Segundo ela, em decorrência destas situações, há um crescente envolvimento de crianças e adolescentes em grupos ociosos de rua, favorecendo a formação de gangues, o uso de drogas, o abandono escolar, o acirramento de conflitos no espaço familiar e, finalmente, o encaminhamento para instituições do Estado, onde estão sujeitos a diversas formas de violência e violação de direitos. “Por isso, não podemos aceitar passivamente a transferência de responsabilidade apenas para estes adolescentes e jovens”, declara

Diante disso, é urgente e necessário fazer uma ampla mobilização da sociedade paraense, para que se crie uma frente contrária às propostas que existem no Congresso Nacional acerca da redução da maioridade penal, como se fosse a solução para diminuir os índices alarmantes de violência na sociedade.

Serviço:

ASSUNTO: Seminário Estadual Contra a Redução da Maioridade Penal

DATA: 06 de dezembro (terça-feira)

LOCAL: Centro Integrado de Inclusão e Cidadania (CIIC), avenida Almirante Barroso, 1765, entre travessas Barão do Triunfo e Angustura, bairro do Marco

HORA: das 14h às 18h

CONTATO: UNIPOP – (91) 3224-9074/ 3212-9811

Inscrições pelo site da UNIPOP (www.unipop.org.br)

Adiadas oitivas de professores estaduais sobre greve

Foram adiados os depoimentos dos 46 professores intimados pela Polícia Civil para prestar esclarecimentos sobre a decisão de manter a greve da categoria, contrariando ordem judicial que determinou o retorno ao trabalho. Os depoimentos deveriam ocorrer na manhã desta quarta-feira, 30, mas foram transferidos para o dia 6 de dezembro. Apenas dez professores compareceram à DIOE (Divisão de Operações Especiais).


O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público do Pará (Sintep), Williams silva, explica o motivo do para adiamento dos depoimentos. 'Muitos professores moram no interior do estado e não houve tempo para que se locomovessem para a capital', afirmou.


O pedido do sindicado foi aceito pelo delegado Vanildo Costa, da delegacia de ordem social, que cuida do caso. Além da transferência dos depoimentos, o advogado do Sinttep, Walmir Brelaz, protocolou na delegacia um pedido de suspensão das investigações.


Vanildo Costa explicou que ainda não há inquérito aberto sobre o caso. 'Não há procedimento aberto, somente as diligências para confirmar se houve ou não a desobediência judicial, por enquanto', disse o delegado. A investigação foi solicitada pela Promotora dos Direitos Constitucionais, Graça Cunha, que protocolou ofício ao delegado geral de Polícia Civil, Nilton Athaíde, pedindo providências sobre o descumprimento da determinação do juiz Helder Lisboa que determinou a volta dos professores durante a greve, estipulando multa diária de R$ 25 mil, pelo descumprimento.


Sobre o pedido de suspensão das investigações, o delegado Vanildo Costa informou que vai encaminhá-lo ao Ministério Público.

Fonte: Portal ORM

Sindicalistas devem depor hoje na Polícia

Por: Cleide Magalhães

Quarenta e seis coordenadores estaduais do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) da capital e do interior do Estado foram notificados, anteontem, oficialmente a comparecerem nesta quarta, dia 30, às 10h, à sede da Divisão de Investigação e Operações Especais (DIOE), da Polícia Civil, no bairro da Campina. A intimação objetiva que eles sejam ouvidos a respeito do pedido de instauração de inquérito policial para apurar o crime de desobediência ao fim da greve, como determinava o juiz Elder Lisboa, titular da 1ª Vara de Fazenda Pública da Capital. O pedido à DIOE foi feito pelo Ministério Público do Estado (MPE).

O advogado do Sintepp, Walmir Brelaz, afirma que entrou habeas corpus para trancar o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) registrado na Polícia Civil contra a pessoa sob o fundamento de que não houve crime de desobediência ao fim da greve. "Quando o juiz determinou o fim da greve, estavam previstas quatro penalidades aos servidores em caso de descumprimento legal de continuar a greve, e os servidores a continuaram. Mas os tribunais superiores, entre eles o Supremo Tribunal Federal, entende que se na ordem jurídica já estão determinadas outras penalidades não se caracteriza termo de desobediência. Com base nisso, não houve crime", entende o advogado.

Brelaz ressalta que o Sintepp vai comparecer para prestar depoimento na DIOE, entretanto destaca outro aspecto. Trata-se da intimação encaminhada à sede do sindicato solicitando a presença dos 46 coordenadores, os quais estão espalhasdos pelos diversos municípios paraenses. "As coordenações que estiverem na sede do Sintepp, em Belém, vão comparecer a delegacia, mas a Polícia Civil não tem o poder de determinar que o Sintepp apresente todos os 46 servidores, porque o crime é individual e a intimação tem que ser pessoal. Em tese, os mais de 10 mil servidores que entraram em greve teriam que também responder na polícia, aí estaríamos diante de um dos maiores processos judiciais do Brasil".

Sentença

O juiz Elder Lisboa, titular da 1ª Vara de Fazenda Pública da Capital, reformou, no dia 08 de novembro, a sentença emitida no dia 4 do mesmo mês. Nela ordenava o fim da greve dos professores e técnicos, em caráter imediato. Ele considerou que a greve, deflagrada dia 26 de setembro e suspensa em 18 de novembro, era um movimento de paralisação ilegal. "É ilegal tendo em vista que o movimento grevista continua em seu intento de paralisação das atividades de ensino público estadual".

O magistrado determinou ainda que caso a categoria descumprisse a ordem de retornar 100% às atividades será aplicada multa diária de R$ 25 mil a ser suportado pelos cofres do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), sujeito a bloqueio de suas contas bancárias até o efetivo desconto.

Além disso, o juiz destacou que se o sindicato extrapolar o prazo de 10 dias, com o termo inicial a partir de ontem, sem apresentar ao juízo o calendário de reposição de aulas, bem como sua efetivação junto às escolas públicas estaduais, que vai ser descontado de cada servidor que insistir no movimento grevista, os dias paralisados. Os demais termos da sentença, que vão das folhas 317 a 319, foram mantidos.

Caso de Polícia

O descumprimento da sentença judicial, que ordenava o fim da greve dos professores e técnicos, em caráter imediato, virou caso de polícia a partir de 6 de novembro, quando a 1ª Promotoria de Justiça de Direitos Constitucionais, Fundamentais e Defesa do Patrimônio Público, do MPE, Maria das Graças Corrêa Cunha, solicitou, por meio de ofício, a abertura de inquérito policial para apurar crime de desobediência à determinação judicial contra a coordenação do Sintepp. O documento foi encaminhado ao delegado geral Nilton Atayde. Prestar depoimento não implica na prisão dos servidores. Este procedimento vai fazer parte de um inquérito policial, que, ao final, será levado ao MPE, o qual faz a denúncia à Justiça, que faz o julgamento.

Reportagem publicada em O Liberal e Amazônia - 29/11/2011.

Foco da campanha contra Aids no Brasil são mulheres e jovens

Por: Cleide MagalhãesExpandir todos

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No Brasil, pela primeira vez, o número de mulheres jovens contaminadas com o vírus da Aids superou o de homens. Por isso, o Ministério da Saúde mudou o foco da campanha do Dia Mundial, que acontece amanhã, por meio do slogan "A Aids não tem preconceito. Previna-se". O público alvo são mulheres de 13 a 29 anos e se estende ainda para homens que fazem sexo com outros homens, que têm entre 13 e 24 anos.

Em 2010, o Pará seguiu o quadro nacional e os casos de mulheres jovens contaminadas com o vírus da Aids também superaram os de homens. Dos 587 novos casos que ocorreram nos 144 municípios do Estado, de 13 aos 29 anos de idade, 180 deles (30,7%) foram mulheres e 162 (27,7%), homens. "A iniciação sexual e a falta de esclarecimento sobre o uso do preservativo são os principais fatores que levam mulheres e homens jovens a não prevenção contra a doença", afirma Débora Crespo, coordenadora do programa DST/Pará, da Secretaria de Estado e Saúde Pública (Sespa).

Este ano haverá spots de rádio e televisão que levam à população mensagem sobre a importância do uso do preservativo e de se fazer o teste para obtenção de diagnóstico precoce da doença. "O ideal é a pessoa se prevenir da doença com o uso do preservativo e quanto antes for verificado o diagnóstico da doença é melhor para tratar e educar as pessoas soropositivas a não exposição sexual evitando a transmissão".

O Estado dispõe de 58 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Sespa, além de um CTA itinerante, para atender pessoas, ajudar a reduzir a incidência das infecções e melhorar a qualidade de vida dos pacientes diagnosticados como portadores da doença

"O CTA é uma unidade de procura voluntária, oferece o diagnóstico sorológico da infecção pelo HIV, juntamente com aconselhamento pré e pós-teste, garantindo o anonimato dos que assim o desejarem. O caráter ético e confidencial do atendimento é assegurado. O CTA itinerante atende os municípios mais distantes que têm dificuldade de oferecer exames. Nos CTAs servidores na área da saúde realizam teste rápido da doença, com resultado em 15 minutos. O teste confirma se a pessoa é ou não portadora do HIV", afirma Débora.

O soropositivo atendido no CTA itinerante é encaminhado para uma unidade de saúde de atendimento especializado mais próxima ao município em que mora. Caso seja na capital, os pacientes são atendidos na Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais (Ure-Dipe), no Telégrafo.

Prefeituras também estão envolvidas na campanha. O CTA Belém, da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), além da prevenção das DST/Aids, realiza diagnósticos clínicos e epidemiológicos e prevenção de hepatites virais. O CTA/Belém funciona na travessa Padre Eutíquio, 555, próximo a Praça da Bandeira, no Comércio.

Programação

Quinta - 1º/12

Chegam às escolas da rede estadual pública de ensino ações sobre a importância do uso do preservativo.

Pela manhã:

Às 8h, na Praça Batista Campos, tem culto ecumênico e, em seguida, acontece caminhada até a Praça da Bandeira, na Campina;
Às 9h30 começam shows musicais na Praça da Bandeira;
Após 10h, desfile de moda com roupas confeccionadas com preservativos, no Shopping Boulevard;
Das 9h às 12h, exibição de filme sobre “Aids”, no cinema Olympia;
Teste rápido do HIV nas unidades de saúde do Guamá, Marambaia, Paraíso dos Pássaros, Jurunas, Telégrafo, Tapanã, Pratinha, Casa da Mulher e Hospital de Mosqueiro e no Shopping Pátio Belém;
Passeio ciclístico educativo no Conjunto Marex, em Val-de-Caes.

À Tarde:

Após 13h continuam shows musicais na Praça da Bandeira;
Teste rápido do HIV nas unidades de saúde do Guamá, Marambaia, Paraíso dos Pássaros, Jurunas, Telégrafo, Tapanã, Pratinha, Casa da Mulher e Hospital de Mosqueiro e no Shopping Pátio Belém.
- Noite:
Show "Amor e Sexo", com a participação do artista paraense Eloi Iglesias, no teatro Margarida Schiwazzappa, no Centur. Ingresso R$ 1,00 e três quilos de alimentos não-perecíveis. Serão doados às casas de apoio às pessoas que vivem com HIV/Aids;

Domingo - Dia 4/12

Pela manhã, quatro unidades móveis disponíveis para atender a comunidade com teste de HIV, sífilis, hepatite, atendimento odontológico, entre outros serviços, na Tv. Padre Eutíquio, entre as ruas dos Tamoios e dos Mundurucus, em Batista Campos.

Reportagem publicada em O Liberal e Amazônia - 25/11/2011.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Emprego temporário dá chance de contratação efetiva

Por: Cleide Magalhães

Trabalhador tem opções de qualificação gratuitas e cursos rápidos que ampliam a oportunidade de contratação

Boa notícia para quem procura trabalho no fim do ano. Segundo pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizados e de Trabalho Temporário, mais de 145 mil vagas para empregos temporários serão abertas no País até dezembro este ano - aumento de 5% em relação a 2010. Dessas vagas, pelo menos 42 mil trabalhadores terão oportunidade de ser efetivados. No Pará, a expectativa também é de aumento das contratações temporárias. A oferta de vagas deve aumentar entre 8% e 15% em relação ao ano passado, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (Dieese/PA). Na Região Metropolitana de Belém devem ser contratados de 7 mil a 7,5 mil trabalhadores temporários.

Mas os candidatos a uma vaga no mercado de trabalho muitas vezes esbarram na falta de qualificação. Para incrementar o currículo e tornar-se atrativo para os setores que contratam mais, existem opções de treinamento gratuitas - como as ofertadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) - até cursos rápidos para quem deseja começar em um novo emprego já em dezembro, aproveitando o grande número de vagas temporárias que serão abertas no fim do ano.

Desempregada - A possibilidade de conseguir emprego temporário entusiasma Tainara Farias, 19 anos, que está desempregada há mais de um ano e enfrenta dificuldades de inserção no mercado de trabalho em Belém. "Neste ano, já distribui 36 currículos em diversas empresas e lojas da cidade, mas até agora não me chamaram para fazer teste. Acredito que as dificuldades são por conta das exigências na qualificação do trabalhador. Estou no ensino médio, tenho curso básico de inglês e de informática, pode ser que isso implique em conseguir meu espaço. Me qualificar é complicado porque não tenho dinheiro para pagar. Já fui atrás de curso gratuito, mas as vagas se encerraram. Sobrevivo de atividades que tenho ainda como cabeleireira, diarista e costureira. Contudo, estou na luta pelos meus direitos e quero conseguir ter minha carteira de trabalho assinada e garantir um emprego efetivo", afirmou Tainara.

Segundo Roberto Sena, supervisor do Dieese/PA, este ano a economia do País vai desacelerar um pouco em relação a 2010. Ele destacou que a crise no cenário externo coloca o consumidor na retaguarda. "Mesmo assim o volume de recursos neste final de ano na economia paraense é espetacular. Serão R$ 2,1 bilhões, abrangendo cerca de 1,7 milhão de pessoas - volume de recursos que apresenta o crescimento na economia local de cerca de 23% em relação a 2010", disse.

Comércio - Os setores que mais empregam hoje no Pará são comércio - incluindo a área supermercadista -, serviço e indústria. A maior parte dos salários dos trabalhadores temporários segue a mesma base dos empregos formais. "No comércio, em muitos casos, os salários de contratação tem como base o salário mínimo [R$ 545,00] ou atinge, ao máximo, o piso das categorias envolvidas, isto também pode ser acrescido de comissões por vendas, que dá um ‘plus’ no salário. Não existe uma regra para esta situação e o salário depende também do empregador", acrescentou Sena.

Lúcia Cristina da Silva, mestre em economia e assessora econômica da Federação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio), que conta com 13 sindicatos filiados, explicou que as contratações de empregos temporários dependem em parte das expectativas dos empregadores quanto às possibilidades de crescimento do volume de vendas e, consequentemente, das estimativas de receitas ou faturamento. Ela apontou que o comportamento do volume de vendas no comércio do Pará, pelos últimos dados divulgados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC-IBGE), entre janeiro e setembro de 2011, comparado ao mesmo período de 2010, cresceu 8,3% - superior, portanto, à expansão do volume de vendas do Brasil, que atingiu 7%. "Esse resultado sinaliza que é possível que as vendas para o final do ano sejam aquecidas no comércio paraense e apresentem resultados superiores aos de 2010, bem como as contratações temporárias, uma vez que estas são influenciadas pelas expectativas de vendas", disse a assessora da Fecomércio.

Baixa renda tem oportunidade no Senac

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) oferece cursos gratuitos às pessoas de baixa renda no Estado. As inscrições estarão abertas até 30 de novembro. A instituição oferta vagas do Programa Senac de Gratuidade (PSG) para cursos que se iniciam em 2012, nas unidades de Belém, Castanhal, Santarém, Parauapebas e Marabá. São vagas em cursos de vários segmentos: Técnico em Farmácia, Editor Gráfico, Auxiliar Administrativo, Agente Comunitário de Saúde, Massagista e Cuidador de Idoso. Para participar do PSG o candidato deve comprovar baixa renda, ou seja, ter uma renda familiar per capita que não ultrapasse dois salários mínimos.

Para se inscrever, o interessado deve comparecer na Unidade de Relacionamento do Senac (capital), ou nas unidades do interior, no período de 16 a 30 de novembro munido de RG, CPF, comprovante de residência e de escolaridade. Mais informações: 0800 701 44 92 ou www.pa.senac.br

Atributos comportamentais e competência técnica são essenciais

O processo para a escolha do trabalhador é rigorosa, independentemente de ser efetivo ou temporário, explicou a gerente de Recursos Humanos Ana Beckmann. Precisa-se fazer a captação, seleção e acompanhamento dos profissionais contratados, englobando as etapas de triagem curricular, entrevista profissional, avaliação psicológica, dinâmicas de grupo e entrevista técnica. Para conseguir uma vaga, Beckmann destacou que é necessário o profissional apresentar atributos comportamentais e competência técnica. "As características mais importantes em um profissional são a iniciativa, responsabilidade, pontualidade, comprometimento com a atividade assumida e trabalho em equipe. Normalmente, o trabalho no final de ano gera grande estresse e pressão, por isso é importante agir com flexibilidade, paciência, educação e total foco no atendimento ao cliente", disse. Além disso, o profissional temporário precisa primar pela sua imagem, ou seja, "nada de fazer um trabalho mediano só porque vai passar apenas um período dentro da empresa", ponderou Beckmann.

Cursos - Unidades de ensino profissionalizantes oferecem cursos de qualificação que tornam o candidato mais competitivo na disputa de vagas de trabalho. A franquia Prepara Cursos, por exemplo, oferece 45 cursos em diversas áreas, com carga horária entre 16 e 122 horas. "As aulas são individualizadas e 100% práticas. Cada aluno segue seu ritmo. Há ainda a possibilidade de fazer o curso de forma intensiva de, no mínimo, duas semanas", explicou Priscila Bueno Mcphee, representante regional da franquia. A Prepara Cursos, com matriz no Estado de São Paulo, está há três anos no Pará e atendeu mais de 5 mil pessoas em 2010. Têm unidades em Belém, Ananindeua, Icoaraci, Marabá, Tucuruí, Parauapebas.

Oportunidade: vaga temporária abre porta à efetivação no emprego

Em 2010, dentre as 6,5 mil pessoas que tiveram contratos temporários na Região Metropolitana de Belém (RMB), duas mil foram efetivadas. Neste ano, 1,5 mil dos 7,5 mil trabalhadores temporários poderão ser efetivados. Assessora econômica da Federação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio), Lúcia Cristina da Silva, orientou que para conseguir uma vaga temporária e depois a efetivação no serviço é preciso se preparar antes do período em que ocorrem as contratações. "A preparação pode ser por meio de cursos e leituras específicas sobre o setor que pretende atuar. Antes de ser contrato pela empresa, é preciso buscar informações sobre ela que possam contribuir com sua apresentação e quando for contratado. Depois de contratado, é preciso aproveitar a oportunidade para desenvolver e demonstrar conhecimentos adquiridos. É necessário demonstrar capacidade de relacionamento e contribuir para a manutenção de um bom clima organizacional", ensinou Lúcia Cristina.

A gerente de Recursos Humanos Ana Beckmann, que trabalha no Grupo Executiva, em Belém, disse que 800 temporários serão contratados para o mercado varejista no período de Natal deste ano. Em Belém, a maioria das vagas temporárias selecionadas pelo grupo é para cargos de vendedor, promotor de venda, repositor, auxiliar de estoque, promotor de merchandising, coordenador de equipe, degustador e recepção.

Reportagem especial – Jornal Amazônia – 20/11/2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Brasileiros vão de consórcio

Por: Cleide Magalhães

Possibilidade de poupança futura e taxas baixas fazem da modalidade a nova queridinha em contratações

Hoje o sistema de consórcios representa os interesses de cerca de 4,4 milhões de consorciados, é responsável por um volume de negócios de aproximadamente R$ 62 bilhões e entregou cerca de 10 milhões de bens nos últimos dez anos no País. Nos nove primeiros meses deste ano, a preferência dos brasileiros era 30,5% por motocicletas, 22,5% caminhões e máquinas agrícolas e 10,9% por consórcios de veículos leves (automóveis, utilitários e camionetas) de fabricação nacional. Tomando por base os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as informações são da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) - entidade de classe sem fins lucrativos, fundada no final dos anos 60, e hoje representa 160 empresas associadas do setor em todo o território nacional.

Na opinião de especialistas, para quem é poupador, consegue segurar a ansiedade e não tem pressa para obter a casa própria, automóvel, motocicleta ou eletroeletrônico, entre outros que levam a construir seu patrimônio, entrar em consórcio é a melhor e mais inteligente opção. "A pessoa adquire um bem móvel ou imóvel sem muito sacrifício e não paga taxa de juros, somente taxa de administração. Isto depende da administradora, há várias no mercado e com valores bem em conta. A flexibilidade no consórcio é enorme, o valor você ainda pode reverter em outros bens, ou acumular o dinheiro e fazer uma poupança, ao final. A maioria das pessoas não gosta porque se deixa levar pelo impulso, pela publicidade e não quer esperar para adquirir um bem de forma mais inteligente", observa Antônio Ximenes, membro do Conselho Regional de Economia do Estado do Pará (Corecon/PA).

Segundo o presidente da ABAC, Paulo Roberto Rossi, as razões que levam as pessoas a entrarem em consórcio são várias,

mas destaca que o consórcio é considerado um bem de futuro (ao lado de imóveis e da caderneta de poupança), mostrando que o sistema é um formador de patrimônio pessoal, familiar ou empresarial. “No sistema de consórcios não há cobrança de juros, não se trata de empréstimo, mas de um autofinanciamento, onde os participantes se concedem crédito recíproca e mutuamente. Por isso, há taxa de administração que remunera as atividades da administradora”, explica.

Sem juros, planos se tornam atrativos

Atualmente, no mercado paraense em geral os prazos no consórcio variam entre 25 meses e 180 meses envolvendo valores de R$ 5 mil a R$ 450 mil e as taxas das administradoras, de 14% a 25%, aplicadas de acordo com o prazo total do plano. As taxas foram principais atrativos para que a bancária Janine Barros, 32 anos, entrasse no consórcio de seu carro, marca Corsa Classic Life, de abril de 2008 até julho de 2012, tornando seu sonho real. “Optei pelo consórcio porque os valores das parcelas eram menores e sem taxa de juros como ocorre nas modalidades de financiamento Leasing e Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Com isso, realizei um sonho que não conseguiria através do financiamento”, conta.

Porém, a bancária enfrentou problema com o consórcio, pois, em um primeiro momento, fez em nome de sua mãe, pelo fato desta ser mais velha e ter carteira nacional de habilitação há mais tempo, mas não foi informada que, na ocasião de retirar o bem, o cadastro da mãe passaria por análise de crédito e caso a parcela ultrapassasse 30% da renda não conseguiria comprar o veículo. Resultado: Janine teve que pagar R$ 600,00 para transferir o consórcio para seu nome e a parcela reajustada. “O ponto negativo foi somente a empresa não ter realizado a análise de crédito à retirada do carro no momento em que estava realizando a venda. Contudo, o valor final é bem menor e a correção das parcelas baixas e regressivas”.

Cuidados são necessários antes de aderir

Depois da experiência, Janine afirma que passou a tomar cuidados para não ser enganada e nem ter problemas ao fazer consórcio. “Antes de fechar o negócio, procuro saber da idoneidade da empresa que está comercializando o consórcio, através da internet, conversa com amigos e para saber se o vendedor realmente trabalha na instituição, enfim”.

O presidente da ABAC - instituição que desempenha papel essencial no aperfeiçoamento das normas e mecanismos do sistema, atuando como interlocutora do sistema de consórcios perante autoridades competentes e consorciados - orienta que uma a das atitudes do consumidor, antes de se tornar um consorciado, deve ser a leitura do contrato, sem deixar de consultar o site do banco central (www.bcb.gov.br) ou da ABAC (www.abac.org.br) para verificar se a administradora está ou não autorizada a comercializar cotas.

É importante observar ainda se a propaganda da empresa e os comentários do vendedor sobre as vantagens e as características do consórcio também estão inseridas no contrato. Além disso, não se deve acreditar em promessas verbais, pois as regras de participação no consórcio são bem claras. “Daí para frente, esclarecidas as dúvidas sobre seu funcionamento, o consorciado deverá participar ativamente das assembleias e acompanhar os relatórios encaminhados pelas administradoras”, aconselha Paulo Rossi.

Se o consumidor seguir essas orientações dificilmente será enganado, visto que terá à sua disposição todas as informações para decidir aderir ou não a um consórcio. Porém, caso alguma situação persista e o desagrade, poderá consultar o Banco Central, pelo telefone 0800 979 2345 ou site, pela ABAC ou ainda pelo serviço de atendimento ao consumidor: 11 - 3231-5022.

Região Norte é a principal compradora

Nos estudos que apontaram 10,9% nas vendas internas de consórcios no país no setor de veículos leves (automóveis, utilitários e camionetas), a maior parcela ocorreu na região Norte (14,28%), enquanto a Sul, com 12,11%, ocupou o segundo lugar. A região Nordeste ficou na terceira colocação, somando 11,05%. Abaixo da média nacional (10,9%), ficaram as regiões Central, com 10,62%, e Sudeste, que atingiu 10,17%.

No maior setor do Sistema de Consórcios em número de participantes, a presença dos contemplados nas vendas internas de motocicletas e motonetas foi de 30,47%, de acordo com os dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). As regiões Norte (42,06%), Nordeste (33,04%) e Central (36,30%) superaram a média nacional, enquanto a Sul (25,23%) e a Sudeste (24,21%) ficaram inferiores.

Entre os veículos pesados (caminhões e máquinas agrícolas), cuja participação nacional chegou a 22,56%, de janeiro a setembro deste ano e referenciados nos dados da Anfavea, a maior presença dos consorciados contemplados foi registrada na região Central com 28,76%. A seguir, estiveram as regiões Norte (26,07%), Sudeste (25,65%) e Nordeste (23,55%), enquanto a Sul (17,33%) ficou abaixo da marca nacional.

Atualmente, ao lado das diversas alternativas, que viabilizam a compra de carros, motocicletas, caminhões, máquinas agrícolas, os consórcios dividem a preferência do consumidor. “Para os que têm como hábito planejar, fazer contas, comparar e ter um custo menor, o mecanismo de autofinanciamento é o ideal”, diz o presidente da ABAC. “Para o setor industrial, esse mecanismo genuinamente nacional, que completará 50 anos em 2012, permite a programação da produção a médio e longo prazos, além de garantir o nível de atividade econômica. Como a contemplação de participantes acontece ao longo da duração dos grupos, o Sistema de Consórcios assegura a continuidade das vendas e, desta forma, participa de forma decisiva da cadeia produtiva”, completa.

Willian Costa, gerente da regional Norte do Consórcio Nacional Embracon, afiliada à ABAC, conta que a empresa tem faturamento mensal de R$ 300 milhões no País e na região Norte são cerca de R$ 15 milhões. “A maior parte dos consórcios no Norte são imóveis, automóveis e motocicletas. É muito difícil o cliente desistir, e, caso isso ocorra, de acordo com a nova lei, ele continua participando dos sorteios na cota cancelada, tem os valores reduzidos, de acordo com o percentual que pagou, e recebe as penalidades (taxas) por desistência”, explica. A Embracon está há quatro anos no mercado local com filiais em Belém, Marabá, Manaus e São Luis.

O Consórcio Nacional Embracon está há 24 anos no mercado, é a administradora oficial de consórcio das marcas "Mitsubishi Motors", "Suzuki Motors" e "Consórcio de Produtos DPaschoal". O Embracon, que é autorizado e fiscalizado pelo Banco Central do Brasil, está entre as 100 melhores empresas para se trabalhar, segundo pesquisa divulgada pela revista Época.

Saiba mais sobre o consórcio no Brasil

No início da década de 1960, com a instalação da indústria automobilística no território nacional e em decorrência da falta de oferta de crédito direto ao consumidor, funcionários do Banco do Brasil tiveram a ideia de formar um grupo de pessoas, com o objetivo de constituir um fundo suficiente para aquisição de automóveis para todos aqueles que dele participassem. Surgia, assim, no Brasil, o consórcio – mecanismo de concessão de crédito com custos mais baixos, que tem por objetivo a formação de patrimônio e aquisição de bens de consumo e serviços. O consórcio constituiu-se como importante ferramenta para essa indústria recém instalada no País.

Em 1967, a Willys Overland do Brasil (montadora de veículos) já possuía, em sua carteira de clientes, 55 mil consorciados. Portanto, o consórcio teve sua origem ligada à indústria automobilística, e durante muito tempo o automóvel foi seu único produto. No final de 1979, o setor de consórcios inicia seus estudos para o lançamento de grupos referenciados em motocicletas, caminhões e eletroeletrônicos.

Hoje, inteiramente consolidado, o sistema de consórcios viabiliza a aquisição de diversos produtos que vão desde bens de produção, a caminhões, implementos agrícolas e rodoviários, ônibus, tratores, colheitadeiras, embarcações, aeronaves, computadores, motocicletas, passando pelos eletroeletrônicos, kits de casa pré-fabricada, imóveis, construção, reformas e até serviços como consultorias, pacotes turísticos, festas, cursos de pós-graduação, entre outros.

Fotos: Divulgação

Reportagem especial publicada no jornal Amazônia, dia 27/11/2011.

sábado, 19 de novembro de 2011

Professores do Estado suspendem a greve

Por: Cleide Magalhães

Publicada em O Liberal e Amazônia, dia 19/11/2011.

Professores da rede estadual de ensino decidiram, por maioria, suspender ontem a greve, que durava 53 dias. A categoria apresentou calendário de reposição das aulas e acredita que, nesse momento, é a melhor atitude a ser tomada, para não prejudicar os alunos e facilitar a retomada das negociações com o Governo do Estado. O movimento enfatiza que não desistirá de suas reivindicações e anuncia que, caso o governo não negocie, já tem greve prevista para o início de 2012. As aulas devem recomeçar normal em todo o Estado na segunda, 21.

Conceição Holanda, coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), explicou que a proposta elaborada pela categoria encaminhada ontem, prazo máximo dado pelo juiz Elder Lisboa, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Belém, traz que o calendário letivo deste ano, o qual se estende até 26 de abril de 2012. As aulas serão de segunda a sexta e o início do próximo ano letivo para 10 de maio de 2012, caso haja negociação com o governo. Se a situação transcorrer de forma diferente, os professores afirmam que vão entrar em greve no começo de 2012. "Apenas suspendemos a paralisação e ressaltamos que voltar às aulas não é o fim do movimento. Esperamos que o governo volte a sentar para negociar", esclareceu a Holanda.

A assessoria jurídica do sindicato informou que o movimento acompanha a instauração de processo civil impetrado pelo promotor de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE), Firmino Matos, para saber quais são os motivos que o estado alega ter para não pagar o piso dos professores. "Se o promotor observar que o pagamento não acontece por falta de vontade de cumprimento da lei pelo secretário ou pelo próprio governador, ele deverá entrar com ação de improbidade administrativa contra a secretaria ou encaminhar solicitação à Procuradoria Geral do Estado, caso envolva o governador", disse o advogado do Sintepp, Walmir Brelaz.

Além disso, Brelaz informou que mantém o recurso de apelação à decisão do juiz no Tribunal de Justiça do Estado, em seu último parecer, dia 8 de novembro, no qual determinou o fim da greve e negou provimento ao recurso de embargos de declaração interposto pelo Sintepp. Na apelação, constam vários argumentos. "Que a greve é um direito constitucional, que havia motivo de fazê-la já que o governo do Estado não cumpre a lei. Além disso, contestamos o juiz por ter dado prazo para o estado pagar o piso, o que ele julgou como extra pedido, e o Supremo Tribunal de Justiça já mandou pagar o piso de uma só vez", explica o advogado do Sintepp, Walmir Brelaz.

Paralelo à apelação, a assessoria jurídica entrou ainda com recurso no Ministério Público do Estado pedindo anulação do processo encaminhado ao delegado geral de Polícia Civil, Nilton Atayde, pela 1ª Promotoria de Justiça de Direitos Constitucionais, Fundamentais e Defesa do Patrimônio Público, Maria das Graças Corrêa Cunha. Ela solicitou, por meio de ofício, a abertura de inquérito policial para apurar crime de desobediência à determinação judicial contra a coordenação geral do Sintepp.

Na representação feita ao MPE o sindicato considera que a promotora teve conduta ilegal. "Pedimos anulação porque a promotora atuou de forma ilegal, uma vez que a Promotoria do MPE que deveria participar do processo correspondente à 1ª Vara da Fazenda Pública de Belém seria a de Justiça de Ações Constitucionais e Fazenda Pública, composta por cinco promotores de Justiça, e não a qual pertence a promotora Maria das Graças. Além disso, fizemos representação contra ela no Conselho Nacional do Minsitério Público pelo exercício ilegal da profissão", disse Brelaz.

A principal reivindicação dos professores é que o governo faça o pagamento de R$ 64,00, o que falta para completar o piso atual, que é o de R$ 1.187. Além do pagamento integral do Plano de Cargos Carreira e Salários (PCCR). O pagamento do piso nacional é instituído pelo Ministério da Educação e aprovado pelo Senado (Lei 11.738/2008).

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Queda de braço entre trabalhadores da educação e estado completa 48 dias

Por: Cleide Magalhães e Edna Nunes

Parte dessa reportagem foi publicada nos jornais O Liberal e Amazônia, em 12/11/2011

Os cerca de 40 mil trabalhadores da educação pública do Pará, dos quais 27 mil são professores, decidiram na sexta, 11, continuar a greve. O movimento conta hoje 48 dias e a decisão foi, praticamente, por unanimidade dos técnicos e professores presentes à reunião, realizada no Centro Social de Nazaré, das 9h30 às 13h, quando chegaram ao consenso de continuarem a luta.

Agora, a população, sobretudo alunos, deverá aguardar a disputa de "queda de braço" entre governo e grevistas, estes dispostos a levar até o limite para que, segundo eles, significa cumprimento do pagamento do piso nacional dos professores. A prova de fogo será na quarta, 16, quando vão realizar um grande ato contra o governo do Estado, no Centro Arquitetônico de Nazaré, às 9h, rumo ao Centro Integrado de Governo, em Nazaré, onde pretendem ter audiência com o governo, às 11h, e tentar negociar sobre a greve.


Como o governo se recusa em dialogar com os trabalhadores, por entender ser possível que eles voltem ao trabalho, a categoria, por sua vez, decidiu intensificar a mobilização junto aos professores e alunos que retornaram às salas de aula. A expectativa é fazerem amanhã ação na Praça da República para esclarecer à população em geral, informando sobre a realização da greve, para deixar claro que o problema que afeta hoje o professor atinge não apenas a esta categoria, mas a todos.

"A categoria hoje deu uma resposta ao governo do Estado e nós não temos medo da ameaça de corte de ponto e estamos na luta em defesa de um direito que é nosso e legíti
mo, portanto, não é não vamos nos deixar intimidar", enfatizou o membro da coordenação da Secretaria Geral do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintepp), Mateus Ferreira.

Na sexta, 4, a coordenação da entidade sindical contabilizou 92 municípios que aderiram ao movimento, mas ontem este número estava em torno de 88. O membro da coordenação de Comunicação, Sebastião Antônio dos Santos Netto, comentou que esta baixa tem como fatores principais a pressão do governo e "a aproximação à comunidade, que induzida pelo governo pressiona as escolas a voltarem às suas atividades".

A coordenadora geral do sindicato dos professores, Conceição Holanda, afirmou que o governo estaria tentando pressionar os professores a voltar ao trabalho, com a proposição de medidas no Conselho de Educação. "Ontem eles tentaram propor a redução dos dias letivos, de 200 horas para 180, como forma de pressionar a categoria, mas a presidente do conselho não aceitou colocar a proposta em votação. Dos 40 mil servidores, cerca de 5 mil são temporários, destes alguns retornaram às escolas, mas a greve continua forte e só vamos retornar se o governo negociar", declarou à platéia.

Durante as discussões para o encaminhamento do movimento, inclusive com discussões feitas por regiões distritais, os professores sinalizaram inúmeras ações, como se estivessem certo da continuação da greve. Dentre elas, realização de carreata; caso haja corte no ponto, a proposta é responsabilizar a administração pública a refazer o calendário escolar; programar atos públicos nas regiões distritais; e até organizar uma caravana, para que o Ministério da Educação force o governo do Pará a respeitar a legislação.

Dentre os poucos que se posicionaram contra a continuidade da greve, destacou-se o professor Élson Alves, por entender que "estamos perdendo força e a partir da semana que vem algumas escolas voltarão a ter aula e o governo não demonstra interesse em negociar". A resposta à fala do professor foi uma "enxurrada de vaia" da plenária.

Seduc afirma que professores voltam ao trabalho

A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) afirma que segue com as medidas administrativas anunciadas nesta semana pelo governo do Estado e, dessa forma, cumpre a sentença expedida pelo juiz Elder Lisboa, o qual determinou o retorno imediato dos professores às salas de aula.

A Secretaria iniciou o levantamento da situação dos docentes que têm se ausentado das atividades escolares e, em seguida, traz a nota, aplicará as sanções determinadas pela Justiça em conformidade à solicitação do Ministério Público do Estado (MPE).

A Seduc informa ainda que pelo último balanço feito em todas as escolas da rede estadual, cerca de 60% já funcionam normal. Um total de 17, 7% estão parcialmente paralisadas e 23,2% totalmente sem atividades. Diz que a principal dificuldade que diretores de escolas enfrentam é convocar os estudantes a comparecerem à sala de aula, após tantos dias parados.

domingo, 13 de novembro de 2011

Mulheres escolhem crédito

Por: Cleide Magalhães

Fotos: Igor Mota e Marcelo Seabra

Pesquisa revela que o chamado dinheiro de plástico faz mais sucesso entre o público feminino no Brasil

As mulheres usam mais o cartão de crédito que os homens, os quais preferem o cartão de débito. A afirmação recente é mostrada em uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) conduzida pelo Instituto Datafolha com objetivo de conhecer o mercado de meios eletrônicos de pagamento e avaliar os níveis de satisfação dos consumidores em 11 cidades das cinco regiões brasileiras, entre elas Belém.

Segundo o estudo quantitativo feito com total de 2.032 pessoas, entre junho a agosto deste ano, 70% das mulheres que possuem algum meio eletrônico de pagamento costumam pagar por produtos, alimentos e serviços com o cartão de crédito. Entre os homens, a fatia é de 65%. A margem de erro máxima, para mais ou para menos, é de 2 pontos percentuais considerando nível de confiança de 95%.

Em relação à preferência, as opiniões também são distintas: 31% das brasileiras preferem fazer compras com o cartão de crédito, contra 22% dos homens. A situação praticamente se inverte quando o assunto é cartão de débito: 23% entre as mulheres e 30% entre os homens. Curiosamente, em relação à posse de cartão, são eles que levam vantagem, com 74%. No caso das mulheres, 71% possuem algum tipo de cartão.

Enquanto está com dinheiro na em sua conta corrente, o médico Irair Santos Santana, 64 anos, que mora na Marambaia, fala que prefere comprar com cartão de débito, mas se acabar não vê problema em utilizar o crédito. “Se tiver dinheiro na conta prefiro usar o débito para comprar tudo, desde brinquedo até televisão. Caso a grana seja pouca, uso meu cartão de crédito para comprar e, geralmente, utilizo para adquirir passagens aéreas e hospedagens fora do estado e do país. Porém, vale a pena usar o cartão quando se sabe administrá-lo para não passar dos limites, porque os juros de 12% ao mês e outras taxas são elevados no Brasil”, pondera.

Brasília lidera taxas de operações diversas

O estudo apontou que a cidade com maior índice de posse de cartão de cartões é Brasília (DF). Por outro lado, as menores taxas são encontradas nas capitais do Norte e em Recife (PE). Os cartões emergentes têm muita penetração nas capitais do Nordeste e cartão de lojas tem destaque em Belém. Dos 135 belenenses entrevistados que possuem cartão, 83 habitualmente preferem o uso do cartão de loja, 73 de crédito, 34 de débito e 4 preferem cheque. A utilização do cartão de crédito em Belém fica atrás de Brasília (78), Recife (76) e Salvador (71).

Segundo Nonato Reis, gerente de vendas há 24 anos da loja Paraibana, no centro comercial de Belém, cerca de 60% dos clientes compram no crediário da própria loja, 20% no cartão de crédito externo, 10% em débito e 10% em dinheiro. “A maioria que compra no cartão de crédito é mulher, que adquire eletrodomésticos, móveis e eletroeletrônicos. Quando o cartão não é dela, utiliza o do marido, que a acompanha para poder fazer o procedimento na loja. No cartão externo, dependendo do produto, parcelamos até 12 vezes com juros da operadora do cartão. Mas, geralmente, as pessoas parcelam em menos vezes para evitar os juros. A compra no cartão em geral é feita pelo público das classes C, D e E, com renda que variam de um a cinco salários mínimos”, informa o gerente. A loja conta hoje com cerca de três mil produtos à disposição do público e, na época em que a movimentação é intensa, como no mês de dezembro, chegam a circular por lá cerca de duas mil pessoas.

Empresário destaca diferença no modo de comprar

O vice-presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belém (Sindilojas), Joy Colares, explica que existe diferença no hábito de compra das pessoas que vão ao centro comercial de Belém e as que frequentam o comércio de bairros como Cremação, Jurunas, Pedreira, Telégrafo, Souza e outros. “Como no comércio de bairros já tem bastante lojas, as pessoas não saem de lá para comprar no centro. Os moradores desses bairros vão ao centro comercial somente se forem atrás de algo bem específico, sua faixa de renda é de média para baixo e o principal meio de pagamento é o dinheiro. Alguns usam carnês de pagamento da própria loja, e não usam cheque nem cartão de crédito. Já no centro comercial, onde há um mix maior de lojas, a compra em dinheiro continua sendo o meio de pagamento mais utilizado, mas como a faixa de renda é maior, já é crescente a fatia de pessoas que utilizam o cartão e débito. Nos shoppings centers já muda o perfil do público, bem como no comércio em Nazaré e na avenida Brás de Aguiar, onde o recurso mais utilizado é o cartão de crédito, pois a renda é mais elevada”, explica.

Ainda de acordo com a pesquisa, entre os possuidores de cartão, a maior preferência para pagamento em dinheiro é Manaus. A cidade de Belém fica em 7º lugar empatando com Goiânia e Rio de Janeiro, as quais contaram com 44 entrevistados que tiveram a mesma opção.

Entre os que não possuem cartão de crédito e que fazem pagamento por meios eletrônicos de pagamento, 100 dos 135 belenenses afirmaram preferir pagar em dinheiro, 12 deles com boletos ou faturas bancárias, 7 parcelamento com carnê e 4 com vale benefício.

Na opinião dos belenenses, revelou o estudo, os principais pontos fortes para se ter cartão de crédito é por ser mais seguro e não precisa lavar, agilidade durante pagamento no caixa, não precisar ter dinheiro no momento da compra, por ser aceito em vários lugares, ter maior controle dos gastos e poder parcelar as compras sem juros.

Já os pontos fracos são juros e taxas altos, anuidade, não ter controle, falta de segurança por roubo ou clonagem, medo de ser roubado, atendimento na central não é bom e problemas com equipamento.

A pesquisa da Abecs mostrou que os itens que os portadores de cartão, tanto homens quanto mulheres, mais adquirem com meios eletrônicos de pagamento encontram-se nos grupos: roupas, calçados e joias, bens duráveis para a casa e estadias de hotéis e pousadas, com 68% cada. Em seguida vem a compra de passagens (64%), material para construção (61%), combustível (57%) e produtos alimentícios (54%).

"É melhor ter controle para não cair em dívidas", orienta usuária

facilidade na hora da compra fez com que há 11 anos a turismóloga Ledielma Serrão, 32 anos, tenha cartão de crédito e débito. Hoje ela contabiliza dois de crédito do Itaucard, nas bandeiras Visa e Mastercard, e dois de débito da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Ela, que utiliza todos ao mesmo tempo levando em consideração o melhor dia de compra, conta o que faz com os cartões. “Compro de tudo em até três vezes: eletrodomésticos, roupas, sapatos, perfumaria, alimento, remédio, enfim. A vantagem é ser aceito em quase todos os estabelecimentos de venda e ainda acumulo pontos que são convertidos em milhas à compra passagens aéreas e outras coisas”.

Nesse tempo, Ledielma conta que não enfrentou problemas na hora de pagar os cartões e dá dicas. “Os cuidados que se deve tomar para não entrar numa fria com as dívidas é ter controle das suas contas, nunca comprar além do que se pode pagar, ter sempre uma planilha dos gastos e, se comprar para alguém, ter consciência que se a pessoa não pagar você pode cobrir o débito.

Diferente dela, seu esposo, Murilo Nery, tem o hábito de comprar bem menos no cartão de crédito. Ele utiliza mais o débito e afirma não gostar de acumular dívidas. “Quando ele compra algo de valor, utiliza meus cartões”, brinca a esposa.

Na opinião de Joy Colares, o uso do cartão de crédito ainda é o melhor meio de pagamento para quem vende e compra. "Para quem vende por conta da segurança, são raras as exceções de se ter problema, é importante verificar se o cartão não é roubado e verificar a assinatura. Uma vez passado na máquina e a operadora liberou, sanou o problema do lojista porque ele tem uma aprovação e concessão de crédito. Se estiver clonado é outro departamento e o problema é da operadora e do portador. Para o portador, o cartão facilita sua vida, mas se o uso não for feito com cuidado e extrapolar seus limites, ele vai pagar altos juros, que hoje é de 12% ao mês, diferente de alguns países que é de 1% ao ano", alerta.

Reportagem Especial publicada no jornal Amazônia, dia 06/11/2011

Lixo reciclado dará vida ao natal 2011

Por: Cleide Magalhães

Garrafas enfeitam

Benevides, Aeroporto e periferia de Belém

A preocupação com futuras gerações e a atenção à educação ambiental estão intrinsecamente ligadas às festividades natalinas de comunidades e empresas em Belém e município próximo. Muitas delas já se preparam para comemorar o nascimento de Cristo estando de bem com o meio ambiente retirando do lixo, rios e canais toneladas de materiais reciclados, em especial garrafas pet, que ganham vida e ornamentam ruas, passagens e avenidas alegrando o Natal de muita gente. Nessa época que antecede as festas de final de ano, os meteriais reciclados geram ainda emprego e aumentam a renda de catadores de lixo.

O projeto Natal de Benevides já começou suas atividades no último dia 2 e segue até o início do ano que vem. É um dos mais tradicionais no Estado e, além da rica decoração natalina, de todo o centro do município de Benevides, feita em garrafa pet reciclada, o projeto oferece iluminação na cidade e abre espaço p
ara programação cultural envolvendo jovens talentos da comunidade benevidense. A decoração natalina é produzida pela Fábrica de Natal, onde mais de 50 artesãos trabalham o ano inteiro na confecção das peças.

A coordenadora do projeto, Lucicléa Alves Ferreira, conta que o Natal de Benevides envolve educação ambiental e
responsabilidade social, com a finalidade de promover o desenvolvimento sustentável de Benevides. “Envolvemos toda a comunidade do município com intuito de melhorar a autoestima da população, garantir qualificação e educação, e gerar emprego e renda”. São gerados em média 1,5 mil empregos diretos durante os 35 dias de evento, movimentando a economia do município.

Quando o projeto s
urgiu, em 2009, foram utilizadas cerca de 300 mil garrafas pet. Em 2011, chegou a um milhão e em 2012 a meta é utilizar três milhões de garrafas pet. A arrecadação é resultado de ações de educação ambiental nas escolas e na comunidade, onde a cada 20 garrafas coletadas o aluno ganha um cupom para concorrer a prêmios. O material vem ainda da Cooperativa de Catadores de Material Reciclado de Benevides, que funciona dentro do aterro controlado pelo município, o segundo em operação no Pará.

Projeto alcança Belém: Infraero adere

O projeto Natal de Benevides, idealizado pelo gestor local, Edimauro Ramos d
e Farias, é executado pela prefeitura com recursos próprios, através da Comissão Organizadora do Natal. Para dar mais visibilidade ao evento, o projeto se estende para Belém e este ano firmou parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

De acordo com a parceria, a Infraero, através de seu projeto de Educação Amb
iental junto à comunidade aeroportuária e de bairros ao entorno do aeroporto, promove a educação ambiental ajudando na coleta das garrafas pet que irão decorar o Aeroporto Internacional de Belém/Val-de-Cans/Júlio César Ribeiro. Para isso, a empresa lançou em 2011 a “Campanha Natal Sustentável Infraero – É você quem Faz”, através de parceria feita também com a Companhia de Turismo do Estado do Pará (Paratur).

“A conscientização é o principal fator a ser observado na campanha que tem como foco principal as futuras gerações e o processo de educação ambiental que divulgamos nas escolas ao entorno do aeroporto que apóiam a iniciativa. Contribuindo com a destinação ecologicamente correta na reutilização destes resíduos, aumentando, assim, a vida útil dos aterros sanitários”, ressalta Franney Oliveira, coordenador de Meio Ambiente da Infraero.

A campanha possibilita com que a população também participe da ação e disponibilize garrafas pet nos pontos de coleta, localizados nos portões de acesso ao terminal de passageiros. Para decorar o aeroporto, a assessoria de imprensa da Infraero informa que serão necessárias em torno de 50 mil garrafas pet, que se transformarão em símbolos natalinos como estrelas, prontas para receber o turista que desembarca na principal porta de entrada da Amazônia. Fortalecendo assim, a exemplo de Gramado (RS), o turismo na região metropolitana de Belém. “A campanha significa a realização de uma meta que envolve toda a comunidade em prol do meio ambiente, promovendo encanto, alegria e embelezamento”, considera o superintendente do Aeroporto, Samuel Sales.


Os custos de decoração do aeroporto entram como investimento de marketing do Natal de Benevides. A montagem começa amanhã e fica até 06 de janeiro de 2012, Dia de Reis. Para chamar atenção de quem passar por lá, está prevista a criação de uma árvore com sete metros de altura dentro do aeroporto. Na área interna e no estacionamento, a decoração vai ser flutuante com estrelas.


Catadores de lixo do Aurá melhoram a renda


O período que antecede ao Natal ajuda no aumento da renda dos 56 membros da Associação de Catadores da Coleta Seletiva de Belém (ACCSB), os quais são parte de 607 pessoas, que, em 2005, catavam lixo no aterro do Aurá, que em baixíssimas e precárias condições de trabalho (embora ainda hoje não sejam adequadas) garantiam de lá sua sobrevivência (ou subvivência).

A presidente da ACCSB, Maria José de Moraes, 54 anos, afirma que todos os anos a associação vende toneladas de garrafas pet para o projeto Natal de Benevides e outros projetos em Belém. Com isso, os trabalhadores conseguem arrecadar alguns reais a mais no orçamento do mês. Hoje cada catador ganha até um salário mínimo (o que equivale a R$ 554,00) durante atividade no projeto Coleta Seletiva, da Prefeitura de Belém.


A coleta no projeto Coleta Seletiva é feita por meio do carrinho de metalon, que além de quatro caminhões, arrecada semanalmente mais de cinco toneladas de lixo reciclado na cidade. Os carrinhos circulam, principalmente, pelos bairros nobres da cidade como Umarizal e Nazaré. Os catadores da associação tiram do lixo seu sustento e recebem entre R$ 0,06 (pelo quilo do jornal separado) e R$ 9,50 (pelo cobre).


“A gente vende o lixo e divide o dinheiro igual para todos os membros da associação. Estar aqui é melhor que trabalhar no lixão, mas ainda enfrentamos dificuldades quanto à infraestrutura de trabalho. Aguardamos pela liberação de um galpão que foi prometido pela prefeitura para reunir todos os associados, que estão espalhados em outros três pontos da cidade e dificulta nossa melhor organização. Alguns desses espaços, quando chove, enchem de água e prejudica a saúde dos trabalhadores. Além disso, não tem banheiro nem área para alimentação. Essa é nossa maior reivindicação e temos receio que o espaço seja cedido para outras associações e cooperativas, e não nos beneficie”, preocupa-se Maria José.


Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), a Prefeitura de Belém inaugura no próximo mês o Centro de Triagem para a coleta seletiva de lixo. Um galpão com 1.200 metros quadrados, no bairro da Maracangalha, às margens do canal São Joaquim, próximo da Avenida Júlio César.


Disse que o projeto vai atender a seis cooperativas de Belém e a ACCSB. O objetivo é tornar a cidade mais limpa e gerar renda para cerca de 800 catadores das seis cooperativas. “O Aurá faz parte do projeto, por ser o local onde existe o maior contingente de catadores. Não significa dizer que a Prefeitura de Belém vai beneficiar Ananindeua, uma vez que o Lixão do Aurá é de responsabilidade de Belém”, esclarece a assessoria.


O Centro de Triagem vai funcionar 24 horas por dia e processar e armazenar 30 toneladas diárias de resíduos como papel, garrafas pet, vidro e latas de alumínio. Ao inaugurar o Centro, a Sesan fala que vai iniciar a coleta de porta em porta, com a finalidade de incentivar a educação ambiental.


O secretário de Saneamento, Ivan Santos, afirma que a meta é coletar 35% do lixo reciclável da capital, gerar renda e tirar os catadores do Aurá. “O Centro de Triagem vai oferecer um local adequado e equipado para as atividades dos catadores e a parceria com eles é fundamental para o projeto", disse o secretário.


Projeto de educação ambiental no Curió-Utinga


Também por meio da educação ambiental, um projeto que começou este ano que já beneficiar a comunidade, principalmente crianças, acontece no bairro do Curió-Utinga. Na passagem Xavier, próximo ao canal de marte, conhecido como igarapé do Utinga, onde as servidoras públicas Ruth Vaz, 51 anos, e Joana Barroso, 46 anos, incentivam e orientam 20 crianças da vizinhança a ajudar na coleta de garrafas pet e na criação de ornamentos. Os materiais vão ser usados para enfeitar o local para o Natal. A meta é pretensiosa: construir três árvores com seis metros de altura cada e vários outros símbolos natalinos. Para isso, arrecadam do canal e da comunidade pelo menos cinco mil garrafas pet.

“Antes de ensinar as crianças, converso com elas e procuro conscientizá-las sobre o problema do lixo na nossa cidade e, em especial, no canal, que está bem próximo da gente. Durante o ensinamento na criação dos materiais elas ficam surpresas em ver como o que era lixo ganha vida em forma de flores, bolas de natal, e outros, então, sempre querem aprender mais. É muito gratificante”, conta Ruth, que é artesã há mais de cinco anos.


Maria Barros, 11 anos, é uma das crianças que participa do projeto. Ela fala que já até imagina como vai ser a festa na comunidade. “Todos os dias, tiro algumas das minhas horas e venho fazer o material aqui no projeto. O mais difícil de fazer é a bola, porque precisa fazer vários furos na garrafa. Estou ansiosa para ver a árvore montada na rua e ter uma festa natalina bem bonita”. As árvores começam a ser montadas entre 15 e 20 de novembro. Uma delas vai ficar na entrada passagem, próximo à Avenida Almirante Barroso. As outras, no meio e final da passagem Xavier.


Quem quiser disponibilizar garrafa pet para o projeto, basta ligar:
91 – 8803 9602. Falar com a coordenadora Joana Barroso.

Reportagem Especial publicada no jornal Amazônia, 06/11/2011.


Fotos: Divulgação.

Decisão da Justiça agrada no Estado

Por: Cleide Magalhães

Reportagem publicada em O Liberal, 05/11/2011

No Pará, ainda são comuns os acidentes causados por embriaguez alcoólica no trânsito. Em 2010 ocorreram 248 acidentes. Até setembro deste ano, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) registra 726 autuações de condutores embriagados. A violência se estende também às onze rodovias federais paraenses, nas quais, até outubro deste ano, ocorreram 3.702 acidentes, desses 152 resultaram em mortes ocasionadas pela falta de atenção e, na maioria, por embriaguez ao volante.


Porém, uma decisão unânime tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF), ratificou o que muitos condutores de veículos no país ainda não levam a sério: dirigir bêbado, mesmo sem causar acidente, já é, sim, um crime. Cinco dos onze ministros do Supremo reunidos na 2ª Turma rejeitaram um habeas corpus (HC 109269) impetrado pela Defensoria Pública da União em favor de um motorista de Araxá (MG) denunciado de dirigir embriagado.

Os argumentos em defesa do motorista afirmavam que crime ao volante só passou a ser previsto de forma mais rígida em 2008, depois que a lei seca reformulou o artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CBT). Antes, só havia crime se o bêbado causasse algum dano ou agisse de forma imprudente. O CBT foi instituído na Lei 9.503, em 23 de setembro de 1997, e é um dos mais rigorosos e completos do mundo e prevê penalidade até para quem jogar lixo na rua.

O chefe substituto do Núcleo de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PFF), Adriano Ferreira, explica que o entendimento antigo da lei é equivocado e não altera a ação da PRF. “Atuamos no combate de quem dirige sob efeito do álcool, independente se a pessoa ocasionou ou não qualquer tipo de acidente. Se o condutor matar alguém é mais um agravante. Mesmo que o motorista se negue a fazer o teste do bafômetro, uma das principais armas que usa para não confirmar a embriaguez, isso não garante que nossa autuação seja feita, porque registramos a situação no termo de constatação de embriaguez, que é encaminhado aos órgãos de trânsito, para dar início ao processo de suspensão da carteira de habilitação. Quem for apanhado com mais de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue poderá ser preso e terá outras implicações como a suspensão ou perda da carteira de habilitação”, alerta.

Na opinião do diretor de Trânsito de Belém, Elias Jardim, a decisão do Supremo gera jurisprudência a toda pessoa que dirige bêbado ou com sintoma de embriaguez. “É importante porque adverte a todos que dirigem alcoolizados, pois ao tomar essa má conduta a pessoa assume o que poderá ocorrer, mesmo que haja morte ou não. Embora existam questões subjetivas nesse entendimento, quem dirige embriagado já comete crime no trânsito. Com a lei seca, houve melhoria, mas muitos dos acidentes que ocorrem em Belém acontecem nos finais de semana e nas férias, e envolvem questões como a mistura de álcool e direção”, constata.

O coordenador de Planejamento do Detran, Carlos Valente, fala que a impunidade faz com que esses problemas se arrastem e a mecânica do trânsito se volta para ela (impunidade). Mas destaca que a decisão faz com que esse pensamento seja mudado. “Muitos condutores têm a crença de que não serão punidos porque acham que vivemos em um país da impunidade, mas essa medida mostra à sociedade que o trânsito no país não pode ser visto de forma e favorece nossas ações”.

Valente aponta que um dos problemas que ocorre no Pará é a falta da lavratura do auto de infração, no qual o agente de trânsito relatará o fato à autoridade e o recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação do condutor do veículo e responder junto à Assessoria Jurídica do órgão. “É necessário que nossos agentes sejam acionados quando for verificada alguma ilegalidade no trânsito, para facilitar o cumprimento do nosso papel”.

Para o ano de 2012, foram orçados R$ 15 milhões no Programa Segurança Viária, do Planejamento Plurianual, a serem investidos em ações de fiscalização, aquisição de equipamentos modernos e educação no trânsito pelo Detran no Estado.