segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Falta informação sobre a menopausa

Por: Cleide Magalhães

Reportagem publicada nos jornais O Liberal e Amazônia

No último dia 18, foi o Dia Mundial da Menopasua e dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que até 2030 mais de 1 bilhão de mulheres estarão na menopausa. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) avalia que mais de 13,5 milhões passam pelo climatério atualmente. A ginecologista Alba Grobério, da Unidade de Referência Especializada Materno Infantil e Adolescente (Uremia), da Secretaria de Estado de Saúde, em Nazaré, afirma que a menopausa não é doença e é preciso que as mulheres sejam mais bem orientadas, pois a palavra provoca medo em muitas delas.

"Não precisa fazer tratamento da menopausa, ela não é doença, mas uma questão fisiológica e normal na vida de toda mulher. É o dia em que a menstruação parou e para entrar na menopausa precisa ficar um ano sem menstruar. Já o climatério, acontece entre os 42 e 55 anos, é a fase que acontece antes, durante e depois da menopausa. É um período da vida da mulher caracterizado pela perda progressiva da fertilidade e que acarreta a queda dos níveis de estrogênio, principal hormônio feminino", explica a médica.

Nessa fase, problemas cardiovasculares podem ocorrer, mas outras questões também implicam como alimentação. Devido desequilíbrio do centro de controle da temperatura corporal a mulher pode apresentar as ondas de calor, irregularidade menstrual, diminuição da libido, entre outros sintomas.

"Há mulheres que não sentem nada, e um dos sintomas mais presente e preocupante é a diminuição da libido, porque, geralmente, coincide com o 'ninho vazio', época em que os filhos começam a se afastar da casa e dos pais, e a mulher é sensível e sente essa ausência, então pode sofrer depressão e ansiedade. Mais difícil ainda é conviver em uma sociedade machista, pois muitos homens não acompanham suas parceiras aos exames periódicos. Com isso, ele não se dá conta do problema que ela enfrenta e começa a questionar sobre a diminuição da libido, aí começam os problemas em casa. Isso não deveria ocorrer se ambos estivessem preparados para isso", avalia a ginecologista.

A diretora da Uremia, Tatiane Santos, informa que a instituição conta com cerca de duas mil mulheres cadastradas há 15 anos no Programa do Climatério. As usuárias são encaminhadas pelas Unidades Básicas de Saúde de todo o Estado recebem acolhimento, submete-se a exames para verificar se trata-se do climatério.

"Se o diagnóstico mostrar que ela está nessa fase, a mulher é incluída no programa, tem acompanhamento não só na reposição hormonal, mas recebe agendamento de consultas em outras unidades e tudo o que precisar em termos de especialidades médicas. O programa está sendo ampliado a todas as Unidades Básicas de Saúde, por meio de treinamento, para facilitar o acesso a todas as mulheres, entre 45 e 60 anos", diz.

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