Por: Cleide Magalhães
Reportagem publicada nos jornais O Liberal e Amazônia, em 29/06/2011.
Mais de 7 anos após o início da restauração, Sant'Ana ainda terá mais um anos de obras
A Igreja de Sant’Ana, uma das obras em estilo neoclássico do arquiteto bolonhês Antonio José Landi, no centro comercial de Belém, está fechada há sete anos e sete meses para restauração e só será concluída em julho de 2012, apesar de uma placa informar que o prazo de entrega seria em 24 de abril deste ano. Especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pela restauração, têm vindo a Belém para verificar as reclamações da igreja católica quanto às mudanças e a qualidade dos serviços. As obras estão avaliadas em cerca de R$ 6 milhões.
A remontagem do altar-mor a partir de pesquisa do Iphan sobre a obra original de Landi, em 1782, é um dos pontos que geram controvérsias com a igreja. O altar que estava em Sant'Ana foi desmontado e guardado pelo Iphan no prédio anexo à igreja, mas há ressalvas também quanto a reconfiguração da gruta, a abertura do portão de acesso à igreja pela travessa Padre Prudêncio, dando utilidade às portas laterais, e a qualidade da pintura, com cal hidratada, pigmentos e cola.
"Depois da pesquisa, o altar-mor ficou guardado. Queremos que o Instituto defina o que vai fazer com ele, pois o queremos na igreja. Precisamos garantir espaço para o Santíssimo Sacramento na gruta, que ficou de ser reconfigurada com ele. Também não sabemos onde vão ficar as imagens de Nossa Senhora de Lourdes e Santa Bernardete, vindas da França, que estavam na gruta e estão guardadas na Capela do Colégio Santo Antônio, onde realizamos as atividades litúrgicas, eucarísticas e sociais, prejudicadas desde que as obras se iniciaram. Para não perder a referência junto à população e fiscalizar as obras, mantivemos o funcionamento da secretaria e, por determinação do arcebispo de Belém, celebramos uma missa toda quarta-feira na igreja", disse o pároco de Sant’Ana, padre Antônio Beltrão.
Segundo Dorotéia Lima, superintendente do Iphan no Pará, foram retirados elementos que interferiam na obra de Landi. A proposta foi apresentada à paróquia, à arquidiocese e à comunidade. Depois de ser aprovado o executamos. O altar-mor será colocado no altar de celebração da capela-mor; os altares menores foram reaproveitados; na gruta ficará o Santíssimo Sacramento e na lateral da igreja será feito pequeno altar para as duas santas, atendendo ao pedido da Comissão de Patrimônio da Arquidiocese", informou. Quanto à demora da obra, Dorotéia afirma que o Iphan repassa os recursos em partes. Na parte interna, ainda falta recuperar as salas do consistório e do pároco e, no andar superior, falta um salão para reuniões e arquivo de material litúrgico. Na parte externa, falta recuperar paredes, pintura final e piso.
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