sábado, 18 de julho de 2009

Cineclube exibe sete animações com censura livre

Cultura

O Cineclube Alexandrino Moreira, do Instituto de Artes do Pará (IAP), exibe nesta segunda-feira (20), mais uma sessão de curtas de animação, dando continuidade à programação do dia 13, que teve grande participação do público. O programa reúne sete curtas, feitos em diversas técnicas, dando ao espectador um interessante panorama da produção no gênero. A sessão começa às 19h, com entrada franca e censura livre, e após a exibição haverá um bate-papo com o

Cássio Tavernard, realizador dos curtas 'A Onda - Festa na Pororoca', e 'A Turma da Pororoca'.
Integram a programação os seguintes curtas: 'Alma carioca - Um choro de menino', de William Côgo (RJ, 2002); 'Disfarce explosivo', de Mário Galindo (SP, 2000); 'Historietas assombradas (Para crianças malcriadas)', de Victor-Hugo Borges (SP, 2005); 'Isabel e o cachorro flautista', de Christian Saghaard (SP, 2004); 'Mitos do mondo: como surgiu a noite?', de Andrés Lieban (RJ, 2005); 'O nordestino e o toque de sua lamparina', de Ítalo Maia (CE, 1998); e 'O tamanho que não cai bem', de Tadao Miaqui (RS, 2001).

Segundo a Programadora Brasil, responsável pelo acervo exibido, mesmo não se configurando uma definitiva síntese da animação brasileira dos últimos anos, o programa aponta as virtudes e singularidades da cinematografia brasileira dirigida ao público infantil. Na animação paulista 'Disfarce explosivo', há um clima próximo às situações cômicas que Mazzaropi ambientava no meio rural brasileiro. Tecnicamente bem produzido, o filme remete à animação 'A fuga das galinhas', preservando um humor que, às vezes, soa ingênuo.

Em 'O tamanho que não cai bem', vemos um ótimo resultado de uma oficina realizada com crianças de uma escola de Porto Alegre. Esta animação tem na ingenuidade e no aspecto lúdico suas maiores forças. Outra qualidade: os desenhos dos personagens se alternam em alguns momentos, criando uma espécie de fluxo interno proporcional à transitoriedade da vida.
'Isabel e o cachorro flautista' mistura imagens em 35mm e desenhos animados. Sob um tom de fábula, o espectador mergulha em um universo fantástico com certa facilidade, graças à interpretação singela da estreante Júlia Freitas. O filme tem na inocência sua principal virtude.
Uma das animações brasileiras mais premiadas nos últimos anos, 'Historietas assombradas (para crianças malcriadas)' é composta por três histórias livremente adaptadas do folclore brasileiro. Produzido com uma técnica mista, o curta apresenta uma fluidez narrativa encantadora, fortalecida pela voz sóbria de Mirian Muniz. Com uma estética próxima aos filmes de Tim Burton, trata-se de um ótimo exemplo de como apresentar temas de nossa cultura sob uma narrativa dinâmica e não-didática.

Em 'Alma carioca: um choro de menino', além da trilha sonora impecável, há também a evocação de um Rio nostálgico, sem a violência e a pobreza dos dias atuais. O excessivo idealismo, porém, se revela um mecanismo didático, ignorando contradições e controvérsias tão naturais a uma narrativa dramática.

Produzido pela TVE Brasil, 'Mitos do mondo: como surgiu a noite?' unifica as diversas raízes que formam o que se poderia chamar de 'civilização brasileira'. A animação tem como principal mérito apresentar a cultura indígena de forma não-depreciativa, ainda que, em alguns momentos, o conteúdo se revele um tanto caricato.

'O nordestino e o toque de sua lamparina' foi produzido pelo Núcleo de Animação da Casa Amarela, no Ceará. Mostra o inusitado encontro de um sertanejo e um daqueles gênios típicos das histórias contadas no lendário 'As Mil e Uma Noites'. Com um toque de humor, e trilha sonora adequada, o filme oferece um tratamento mais lúdico a um tema tão associado às mazelas sociais.

Serviço - Curtas de Animação. Na segunda-feira (20), às 19h, no Cineclube Alexandrino Moreira, do Instituto de Artes do Pará (IAP), que fica em Nazaré, ao lado da Basílica. Entrada franca. Após a sessão, haverá um bate-papo com Cássio Tavernard. Informações: 4006-2947.

Fonte: IAP.

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