sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Um novo massacre se anuncia

Meio Ambiente

Moradores de Prainha, oeste do Pará, sofrem atentado ao tentar proteger reserva ambiental

Moradores do município paraense de Prainha, oeste do Pará, que estavam acampados às margens do rio Uruará sofreram um atentado no último dia 03. Eles protestam desde o dia 25 de novembro do ano passado contra a retirada ilegal de madeira feita pela madeireira Jaurú onde fica a Reseva Renascer.

Segundo informação de moradores da localidade, uma balsa carregada de madeira ilegal, empurrada pelo B/M Silva Guedes III, descia o rio na madrugada do dia 03. Ao passarem em frente ao acampamento, vários tiros teriam sido disparados de dentro do barco em direção aos acampados. Um morador foi ferido no joelho e outro levou dois tiros, um na coxa e outro no peito. As vítimas foram levadas para um hospital. Apenas um deles continua internado.

Nos dias seguintes, teria chegado no município uma guarnição de aproximadamente 50 policiais militares que, segundo um dos moradores, vieram garantir segurança ao B/M Silva Guedes III (que quando não está transportando pistoleiros de madeireiros, faz linha para as comunidades do rio Uruará e Tamatai) e para desarmar os acampados.

Moradores ressaltam, ainda, que várias reuniões já foram feitas com autoridades em Santarém sobre o assunto e nada foi feito, até o momento, para amenizar a situação. Os trabalhadores prometem reagir.

Madeira ilegal

A comunidade destaca, também, que há vários anos a madeireira Jaurú vem extraindo madeira onde hoje é a área da Reserva Renascer no município de Prainha. Ela (comunidade) afirma entender que a extração é ilegal devido a madeira ser retirada de uma área que não está no plano de manejo e porque este é da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e a reserva é área Federal, portanto não teria validade.

No dia 25 de novembro passado, aproximadamente 500 moradores da Reserva Renascer, entre mulheres e homens adultos, crianças, jovens e idosos resolveram fazer um empate de forma a não permitir a decida das balsas com a madeira ilegal. Montaram acampamento na boca do rio Uruará com o Tamatai, próximo a fazenda Porto Alegre no município de Prainha.

Com as festas de fim de ano o acampamento teve uma redução no número de ocupantes e ficou com aproximadamente 180 pessoas. Acredita-se que o atentado tenha acontecido aproveitando-se a diminuição dos resistentes no acampamento.

Texto: Marquinho Mota, da Assessoria de Comunicação da Rede Fórum da Amazônia Oriental (Faor).

Um comentário:

  1. Obrigado por ajudar na divulgação deste fato gravíssimo.
    A luta contra estes criminosos, destruidores da floresta e geralmente contando com o apoio do Governo (financiaram a Amna Júlia), pode evitar que inocentes morram por causa da ganância de poucos.
    Marquinho Mota
    Assessor de Comunicação
    Rede FAOR

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