domingo, 26 de setembro de 2010

Saneamento ainda é para poucos no Pará

Por: Cleide Magalhães
Editora: Márcia Azevedo

Urbanização melhoraria a produtividade e renda no estado

A implantação da rede de esgoto reflete de forma positiva na qualidade de vida do trabalhador, gerando o aumento da sua produtividade e renda, além de contribuir para a valorização dos imóveis. A pesquisa "Benefícios econômicos da expansão do saneamento básico", encomendada pelo Instituto Trata Brasil e realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelou, recentemente, que a renda média e a produtividade do trabalhador no Pará cresceriam 12% com a universalização da rede de esgoto.

Mas para o paraense chegar a esse patamar, somente será possível se o poder público destinar recursos para investir em esgoto e no tratamento de água e - o mais importante - fazendo com que toda a população - especialmente a mais pobre - tenha acesso ao saneamento básico, bem como garantir o tratamento adequado do lixo, asfaltamento, pavimentação de ruas, drenagem, proteção das bacias hidrográficas e mananciais de água, entre outras.

A meta de aumentar a produtividade praticamente fica mais distante, ainda, na medida em que dados recentes da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram que 40% do Estado ainda não têm acesso à água tratada e apenas 6% dos domicílios de Belém possui rede geral de esgoto - números bastante ultrapassados, de quase 25 anos atrás. Além disso, não existe uma política de tratamento dos resíduos e praticamente todos os municípios do Pará ainda despejam resíduos sólidos em lixões, entre eles está inclusive a capital.

Para o doutor em Hidráulica e Saneamento, pela Universidade Federal de São Paulo, e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Neison Mendonça, o fator mais importante para que as ações de saneamento aconteçam é haver planejamento, metas e iniciativas integradas entre os poderes públicos municipal, estadual e federal, além da participação da sociedade, que poderão refletir em soluções ao longo do tempo. "O problema é que não há ação conjunta do serviço, elas acontecem de forma separada e paliativa. Caso isso ocorra, o resultado da pesquisa pode ser real, pois haverá a dinamização do mercado de trabalho, como a construção civil, gerando emprego e renda, melhoraria à saúde, moradia, turismo, enfim diversos setores. Mas com a ausência de saneamento e infraestrutura todos são prejudicados".

Reportagem especial publicada no jornal Amazônia, no dia 28/09/2010. Para ler a notícia na íntegra clique aqui.

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