Por: Cleide Magalhães
Edição: Márcia Azevedo
O câncer do colo do útero ou cervical é uma doença que pode ser prevenida. Mas, no Pará, ela ainda é a primeira causa da neoplasia (tumores) nos casos que atingem mães, irmãs, esposas, filhas e avós, perdendo somente para o câncer de mama, que mais mata as mulheres no Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão do Ministério de Saúde voltado às ações nacionais integradas para o controle e prevenção da neoplasia.
Para este ano, os casos de câncer do colo do útero ainda são preocupantes. Estudos do Inca apontam, também, que são esperados no mundo 500 mil novos casos, dos quais 18 mil serão no Brasil. Para o País, a estimativa mostra que ocorrerão 18 casos em cada 100 mil mulheres e o Pará está acima da estimativa nacional com 23 casos para cada 100 mil mulheres. Até a região em que o Estado está inserido ganha destaque alarmante da doença: no Norte são esperados 26 casos para cada 100 mil mulheres, seguido do Sul (21 casos), Centro-Oeste (20), Nordeste (18) e Sudeste (16).
O câncer do colo do útero atinge principalmente mulheres com faixa etária de vida entre 40 e 49 anos, mas há incidência da doença a partir dos 20. Na maioria das vezes ela não apresenta sintomas, mas, quando já está avançada, a pessoa apresenta corrimento, infecção genital, sangramento nas relações sexuais, sangramento genital e dor pélvica. A doença apresenta quatro estágios e, se for descoberta no primeiro deles, as chances de a pessoa sobreviver chega a mais de 80% dos casos; no segundo, 60%; no terceiro, 30%; e no quarto há apenas 12% de chances de sobrevida.
Diante dessa realidade, o médico cirurgião Celso Fukuda, que atua no Hospital Ofir Loyola - voltado 100% ao Sistema Único de Saúde (SUS) e referência no Pará em casos de câncer invasor - destaca que o principal problema está relacionado à falta de informação e ao acesso da população ao sistema básico de saúde, na medida em que as políticas públicas ainda não chegaram às mulheres, pois ainda há muitas delas que nunca fizeram prevenção e tratamento da doença, principalmente no interior do Estado. "O Pará não deveria estar nesse estágio da doença, perante uma situação que pode ser prevenida quando o diagnóstico é dado de forma precoce. Uma das justificativas para isso é que as políticas públicas em saúde são insuficientes, pois ainda não conseguiu garantir o acesso da população ao tratamento da doença pré-invasora, verificada através do exame preventivo", acredita.
Reportagem especial publicada no jornal Amazônia, dia 05/09/2010. Clique aqui e leia a notícia completa.
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