sexta-feira, 14 de maio de 2010

Origami: a magia de papel repassada a jovens


Arte e Cultura

A arte popular do origami que consiste na dobradura de papel, trazida pelos japoneses para o Brasil, surgiu no ano de 600 d.C. e a partir daí foi transmitida de geração em geração durante séculos. Agora, ela está sendo repassada nas oficinas culturais gratuitas oferecidas pelo Centro de Articulação Social e Apoio da Juventude, mais conhecido como Casa da Juventude. A última turma contou com a participação de 20 jovens da Região Metropolitana de Belém.

Os jovens deram asas à criatividade e dobraram papéis que resultaram em mais de 60 peças coloridas com representação de animais, flores, mandalas, móbiles, porta retrato, foto e recado, além de enfeites de geladeira e bijuterias unissex (colares, brincos, tiaras e etc.). Todos esses objetos que podem ser reutilizados foram expostos ao público na recepção da instituição. Os participantes ainda desfilaram apresentando os belos acessórios.

A instrutora de origami Simone Jares, mestranda em Artes pelo Instituto de Ciências da Arte (ICA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), conta que a finalidade principal da oficina foi despertar o interesse para o uso responsável do papel na sociedade com o reuso de materiais como caixa de fósforos, embalagem de cigarro, rolo de papel higiênico, entre outros. Além disso, trabalhar o origami como um produto cultural de qualidade e alternativa de geração de renda, uma vez que é uma técnica de baixo custo.

Simone explica que a arte de dobrar papel pode ser utilizada também como terapia. “A elaboração do origami é importante para a concentração, memorização e controle da ansiedade, pois o passo a passo da dobradura de papel é uma metáfora ao que acontece na vida: a pessoa não pode se adiantar e tentar pular as etapas que devem ser seguidas, para se chegar ao resultado final. É a arte do equilíbrio”.

Uma das peças mais delicada de se fazer é a mandala e suas dobras geométricas serão levadas para a sala de aula. “O origami, em especial a mandala, mostra bastante as formas geométricas. A técnica servirá para eu trabalhar em sala de aula com meus alunos, pois, na medida em que eles forem confeccionando a peça, vão visualizar e compreender melhor a matemática. Certamente essa será uma metodologia que os ajudarão a se sentirem mais atraídos pela disciplina”, acredita Karina Figueiredo, 22 anos, professora de matemática em uma escola pública no Coqueiro, em Ananindeua.

Fascínio - O fascínio da instrutora Simone Jares pela arte em origami existe desde a adolescência. Ela relata que quando era adolescente ganhou de presente um pássaro em origami, depois desdobrou e dobrou e, assim, começou o interesse pela arte, mas fazia apenas como passatempo. “Alguns anos mais tarde, passei a utilizar a arte como recurso pedagógico em uma exposição artística no Banco da Amazônia, em 2005. Desenvolvi, ainda, outras ações na área de educação patrimonial trabalhando o conceito de patrimônio imaterial voltado para os ícones e elementos da cultura regional e contação de histórias da Amazônia junto à Secretaria Executiva de Cultura do Estado, em 2007 e 2008”, ressalta.

Serviço - As oficinas culturais da Casa da Juventude acontecem todos os meses e são gratuitas. Para obter mais informações dirija-se à instituição, que fica na Avenida Gentil Bittencourt, 694, ao lado do Centur, ou ligue: (91) 3223 3437.

Texto: Cleide Magalhães. - Assessoria de Comunicação da Casa da Juventude.

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