Arte e Cultura
A animação paraense tem ultrapassado as fronteiras do Estado e se destacado Brasil afora. Desde que Cássio Tavernard realizou “A Onda – Festa na Pororoca”, em 2003, muitos paraenses já ousaram experimentar e produzir a partir desta linguagem que cativa crianças e adultos. Considerado o pontapé inicial de um processo que ganha mais adeptos a cada ano, “A Onda” foi resultado da Bolsa de Pesquisa e Experimentação Artística concedida pelo Instituto de Artes do Pará (IAP), que desde então tem incentivado a produção nesta área. Agora, o IAP quer formar um núcleo de animação, que será coordenado por Andrei Miralha, outro nome de destaque da animação paraense e autor de dois projetos já premiados pelo instituto.
A primeira etapa do Laboratório de Animação do IAP foi realizada em abril, e a próxima será realizada no período de 15 de maio a 12 de junho, sempre aos sábados. São ofertadas 15 vagas. Andrei Miralha explica que na primeira etapa quase todos os 25 participantes eram iniciantes, mas agora chegou o momento de aprofundar a atividade de formação, mesmo se tratando ainda de uma iniciação. “O primeiro módulo do laboratório foi muito bom, mas foi algo diferente do que pretendemos agora. Naquela ocasião, não havia ninguém com experiência, eram pessoas interessadas em animação. A ideia agora é fazer algo mais avançado”, diz ele.
As inscrições para o Laboratório de Animação são gratuitas. Quem não participou da primeira etapa pode se inscrever normalmente. E quem participou, caso deseje seguir em frente, precisa efetuar uma nova inscrição. Os candidatos serão avaliados por meio de portfólio. “Nesta segunda etapa será criado o núcleo de animação no Iap. Por isso, o pré-requisito é que a pessoa saiba desenhar”, explica Andrei.
Mas isso não significa que é necessário ser profissional da área ou um grande desenhista. “Acho que essa exigência pode assustar algumas pessoas”, diz ele, acrescentando que o laboratório é aberto “tanto a quem sabe desenhar quanto a quem gosta simplesmente de fazer seus rabiscos”. E mesmo os portfólios, completa ele, não precisam ser tão elaborados. Os desenhos podem vir em CDs, folhas de papel ou qualquer forma que o interessado achar apropriada.
Nesta segunda etapa do Laboratório de Animação do IAP será criada uma série de vinhetas de 30 segundos, com cada um dos participantes fazendo pelo menos uma vinheta. “Teremos um tema central que, inicialmente, será voltado ao público infantil”.
Incentivo
Andrei Miralha é arquiteto, trabalha com multimídia e faz quadrinhos. Atuou na produção de "A Onda – A Festa da Pororoca" (2003), de Cássio Tavernard, e dirigiu "Admire Miriti" (2005), ambos resultado de bolsas concedidas pelo IAP na área das artes visuais. Em 2008 ele dirigiu “Muragens – Crônicas de um muro", também produzido a partir da Bolsa de Pesquisa e Experimentação Artística. Para ele, parte do reconhecimento que os animadores paraenses têm hoje em dia passa pela relação deles com o instituto. “O Iap foi muito importante nesse movimento de animação existente em Belém. As bolsas e os laboratórios do instituto foram fundamentais para que a cidade passasse a ter uma produção de animação que, mesmo incipiente, já se tornou uma referência no Brasil”.
Neste sentido, o Laboratório de Animação dá continuidade ao esforço do instituto em difundir esta linguagem de audiovisual que hoje conta com uma produção em expansão no Estado. Ele apresenta aos interessados desde informações básicas sobre aspectos da animação, como histórico, frame, aceleração e efeitos de movimento, até experimentações em stop-motion e noções sobre o atual mercado de animação no Brasil e no Pará.
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