Cultura
Israel Vibration é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes nomes do reggae. Com certeza, um nome digno de respeito e reconhecimento de qualquer um que já pôde conferir o som dos caras. As vibrações positivas que emanam de suas músicas são impecáveis, e vivem por mais de duas décadas. O Israel tem um feitiço musical, conseguindo unir reggae de raiz tradicional com um som hipnotizante e mensagens profundamente espirituais.
Estiveram recentemente no Brasil, no festival Ruffles Reggae, em Outubro de 1999. Como não poderia deixar de ser, agradou, e muito, o público presente no evento. Todo esse respeito pelo público não foi conquistado à toa. São mais de 20 anos de carreira e inúmeras canções na lista dos melhores clássicos do reggae de todos os tempos. Recentemente, houve uma mudança na formação original do Israel. Antes composto por um trio - Skelly, Wiss e Apple - perdeu um de seus integrantes, Albert Craig, que partiu para a carreira solo.
Os integrantes da atual dupla, Cecil Spence (Skelly) e Lascelle Bulgin (Wiss) são naturais da Jamaica, e vítimas de poliomielite. Eles se conheceram, quando crianças, no "Centro de Reabilitação Mona", onde foram internados por suas famílias. Aprenderam cedo como sobreviver no mundo, e embora a poliomielite seja uma doença séria, eles nunca deixaram que isso viesse a atrapalhar a criatividade, o desempenho e a força de vontade. Acharam força na fé Rastafari e começaram a compor e cantar canções que expressassem suas convicções espirituais.
Tanta espiritualidade acabou causando o afastamento do Centro de Reabilitação Mona. Destemidos, eles encontraram o que precisavam na música, que fez com que ganhassem o apoio da comunidade local, proporcionando encorajamento para seguir em frente com a carreira. A primeira gravação foi em 1978, que rendeu o álbum Same Song pela EMI. A partir daí, surgiu uma atenção internacional pelos caras. Depois de um tempo, a carreira fonográfica do Israel parecia estar indo por água abaixo, pois assim como muitos artistas jamaicanos, foram induzidos à uma indústria local infestada naquele momento, por prática de contabilidade questionável, pirataria musical, e falta de apoio de excursão. Em 1983, eles se separaram e seus membros foram para os Estados Unidos em busca de um cuidado médico adequado e também de projetos individuais.
Em 1988, conheceram Dr. Dread, presidente e fundador da gravadora Ras, à procura de gravações solo. Dr. Dread, que admirava o talento do Israel Vibration e ouvia atentamente as palavras de Marcus Garvey, lhes falou sobre o lance de "unidade é força", aconselhando que se unissem novamente. Eles aceitaram, e o resto da história faz parte de uma relação que deu início a Strength of My Life, e continuou com Praises, Forever, Vibes Alive, IV, On The Rock, Free to Move, e mais alguns álbuns Dub. On The Rock gerou muitos elogios, além do single e do vídeo Rudeboy Shufflin que, juntamente com o vídeo Feelling Irie, foi apresentado em programas de televisão nos EUA e em outros países. On The Rock, seguido de Free to Move foram passos importantes na carreira do Israel. O lançamento de Pay the Piper e o vídeo Hard Road, em 1999, mostra alguns dos fortes materiais compostos pela dupla Skelly e Wiss.
Seu mais recente trabalho, o álbum Jericho, lançado em Maio de 2000 é, sem dúvida, um dos trabalhos mais fortes da dupla, e tem participação de alguns dos melhores músicos jamaicanos. Skelly e Wiss mostram letras dignas de respeito e cantam de coração com o verdadeiro espírito da universalidade. O Israel Vibration tem trabalhado muito, por muito tempo com o apoio da gravadora Ras, e continuará, sem dúvida, fazendo o que fazem, redefinindo o termo "Roots Reggae" para o novo milênio.
Texto: Divulgação.
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