terça-feira, 9 de março de 2010

Israel Vibration pela primeira vez em Belém

Cultura

Israel Vibration é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes nomes do reggae. Com certeza, um nome digno de respeito e reconhecimento de qualquer um que já pôde conferir o som dos caras. As vibrações positivas que emanam de suas músicas são impecáveis, e vivem por mais de duas décadas. O Israel tem um feitiço musical, conseguindo unir reggae de raiz tradicional com um som hipnotizante e mensagens profundamente espirituais.

Estiveram recentemente no Brasil, no festival Ruffles Reggae, em Outubro de 1999. Como não poderia deixar de ser, agradou, e muito, o público presente no evento. Todo esse respeito pelo público não foi conquistado à toa. São mais de 20 anos de carreira e inúmeras canções na lista dos melhores clássicos do reggae de todos os tempos. Recentemente, houve uma mudança na formação original do Israel. Antes composto por um trio - Skelly, Wiss e Apple - perdeu um de seus integrantes, Albert Craig, que partiu para a carreira solo.

Os integrantes da atual dupla, Cecil Spence (Skelly) e Lascelle Bulgin (Wiss) são naturais da Jamaica, e vítimas de poliomielite. Eles se conheceram, quando crianças, no "Centro de Reabilitação Mona", onde foram internados por suas famílias. Aprenderam cedo como sobreviver no mundo, e embora a poliomielite seja uma doença séria, eles nunca deixaram que isso viesse a atrapalhar a criatividade, o desempenho e a força de vontade. Acharam força na fé Rastafari e começaram a compor e cantar canções que expressassem suas convicções espirituais.

Tanta espiritualidade acabou causando o afastamento do Centro de Reabilitação Mona. Destemidos, eles encontraram o que precisavam na música, que fez com que ganhassem o apoio da comunidade local, proporcionando encorajamento para seguir em frente com a carreira. A primeira gravação foi em 1978, que rendeu o álbum Same Song pela EMI. A partir daí, surgiu uma atenção internacional pelos caras. Depois de um tempo, a carreira fonográfica do Israel parecia estar indo por água abaixo, pois assim como muitos artistas jamaicanos, foram induzidos à uma indústria local infestada naquele momento, por prática de contabilidade questionável, pirataria musical, e falta de apoio de excursão. Em 1983, eles se separaram e seus membros foram para os Estados Unidos em busca de um cuidado médico adequado e também de projetos individuais.

Em 1988, conheceram Dr. Dread, presidente e fundador da gravadora Ras, à procura de gravações solo. Dr. Dread, que admirava o talento do Israel Vibration e ouvia atentamente as palavras de Marcus Garvey, lhes falou sobre o lance de "unidade é força", aconselhando que se unissem novamente. Eles aceitaram, e o resto da história faz parte de uma relação que deu início a Strength of My Life, e continuou com Praises, Forever, Vibes Alive, IV, On The Rock, Free to Move, e mais alguns álbuns Dub. On The Rock gerou muitos elogios, além do single e do vídeo Rudeboy Shufflin que, juntamente com o vídeo Feelling Irie, foi apresentado em programas de televisão nos EUA e em outros países. On The Rock, seguido de Free to Move foram passos importantes na carreira do Israel. O lançamento de Pay the Piper e o vídeo Hard Road, em 1999, mostra alguns dos fortes materiais compostos pela dupla Skelly e Wiss.

Seu mais recente trabalho, o álbum Jericho, lançado em Maio de 2000 é, sem dúvida, um dos trabalhos mais fortes da dupla, e tem participação de alguns dos melhores músicos jamaicanos. Skelly e Wiss mostram letras dignas de respeito e cantam de coração com o verdadeiro espírito da universalidade. O Israel Vibration tem trabalhado muito, por muito tempo com o apoio da gravadora Ras, e continuará, sem dúvida, fazendo o que fazem, redefinindo o termo "Roots Reggae" para o novo milênio.

Texto: Divulgação.

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