Na próxima terça-feira, dia 30 de março, a Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas do Pará, ABDeC-Pa, comemora seu aniversário de 30 anos. A coincidência nos números revela mais do que uma simples entrada na era de Balazac, é a chegada da fase madura para uma militância que, desde a década de 70, vem atuando em prol dos avanços nas políticas públicas da área e melhorias para os técnicos de cinema e vídeo.
Instituição sem fins lucrativos, trabalhando com gestões bienais voltadas principalmente para o curta-metragem e documentários independentes, a Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas do Pará é filiada a ABD Nacional, cuja capilaridade está nos 26 Estados brasileiros mais o Distrito Federal, sendo uma das poucas entidades representativas de classe em todo o país. A ABDeC do Pará está presente em praticamente todos os avanços já conquistados no setor, desde ações como a parceria com a Fundação Curro Velho para a criação do Cineclube Pedro Veriano, passando pelo processo de manutenção do Cinema Olympia, até a implantação do Núcleo de Produção Digital no Pará e projeto Cine Mais Cultura, entre muitas outras atividades, filmes realizados em parceira, festivais e afins.
Por conta disso, comemorar os 30 anos da ABDeC-Pa torna-se um marco na história do audiovisual paraense, já que o aniversário aponta para a lembrança da importância da Associação e tudo o que através dela se vem conquistando.
A “festa”
Festa do cinema não existe sem filmes, assim além de fazer um balanço de suas atividades e lançar a “Mostra ABDeC”, a Associação vai realizar uma sessão especial na terça-feira, dia 30, no Cineclube Pedro Veriano, com a exibição de dois curtas-metragens e dois documentários, dirigidos por abdistas da casa. Tudo de graça, a partir das 18h.
O primeiro será “O Dia que o Padim voltou ao Crato”, animação de Rodrigo Aben-Athar, vencedora do Prêmio Aquisição BNB no Festival do Minuto, tema Padre Cícero, em Novembro de 2009. O curta mostra o que acontece quando décadas após sua morte, Padre Cícero decide fazer uma visita a sua cidade natal.
Já “Severa Romana” de Bio Souza, Rael Hélyan e Sue Pavão, tem duração de 15 minutos. Vencedor do Prêmio Estímulo da Prefeitura Municipal de Belém em 2002, o filme conta a história de uma jovem dona de casa, assassinada no dia 02 de novembro de 1900, por um militar, ao resistir a uma agressão sexual. A morte causou grande comoção, especialmente pelo fato de que Severa contava sete meses de grávida quando foi assassinada. Por sua lealdade ao esposo e sua disposição em defender a própria honra, acabou se transformando numa espécie de 'santa popular'.
Ambientado na Belém histórica, o roteiro mistura violência e religiosidade. O filme é baseado na obra do dramaturgo paraense Nazareno Tourinho, cujos escritos também deram origem à peça teatral com o mesmo título. 'Severa Romana' traz no elenco Laydiane Rodrigues (como Severa), Cláudio Marinho (no papel do soldado Pedro, marido de Severa), Luiza de Abreu (que vive a dona da pensão onde vive o casal), Natal Silva (como a vizinha de Severa) e Lúcio Martins (que interpreta Cabo Ferreira, assassino de Severa).
Vídeo-documentário de 06’, “O Mundo de Célia” é resultado do projeto Ponto Brasil, realizado no Instituto de Artes do Pará em 2009, através do Núcleo de Produção Digital. Com direção coletiva de membros da ABDeC do Pará, o curta dá voz a uma prostituta que vive em rua histórica de Belém.
Encerrando a sessão será exibido o DOC TV “A Descoberta da Amazônia pelos Turcos Encantados” (2005), documentário de Luiz Arnaldo Campos que registra / recria realidades materiais e imateriais que compõem o universo místico do Tambor de Mina, a mais poderosa religião afro-indígena da Amazônia.
Nos aproximadamente 2.500 terreiros de Mina existentes na Grande Belém, as princesas turcas Mariana, Herondina e Jarina são as entidades mais cultuadas entre todas que fazem parte do Mundo da Encantaria. Esta devoção por divindades procedentes do Oriente pelo povo afro-caboclo-indígena da Amazônia é explicada pela saga metafísica do Povo da Turquia, contada/cantada pelos adeptos do Tambor de Mina nas suas festas e atos religiosos.
A mostra
Realizado em parceria com a ABD Nacional, a “Mostra ABDeC” pretende mapear a produção audiovisual paraense, através de um mini-festival onde os filmes exibidos passarão por um júri popular, que votarão nos que considerarem melhor. Os filmes mais votados vão compor uma caixa de DVD que farão parte do acervo da ABDeC, que se responsabilizará pela divulgação e distribuição nos projetos em que estiver envolvida.
Serviço
Aniversário da ABDeC-Pa, terça-feira, dia 30, às 18h no Cineclube Pedro Veriano, que fica na Casa da Linguagem (Avenida Nazaré com Assis de Vasconcelos). Lançamento da Mostra ABDeC e exibição dos filmes “O Dia em que o Padim voltou ao Crato”, “Severa Romana” e “A Descoberta da Amazônia pelos Turcos Encantados”. Entrada franca.
Informações e entrevistas
Dani Franco – Diretoria de Comunicação ABDeC-Pa
(91) 8167 5745 / danifrancoeu@hotmail.com
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