Cultura
A cultura pop japonesa ganha cada vez mais adeptos em Belém. Anime, mangá, música e até moda do Japão estão populares entre jovens e adolescentes que buscam informações na Internet e na televisão. Com as comemorações dos 80 anos de imigração japonesa na Amazônia, esse movimento se tornou ainda mais forte em Belém. Do mês de agosto até outubro foram realizados sete eventos sobre cultura japonesa, entre os mais importantes, ocorrido no último sábado (24), no Colégio Ipiranga, em comemoração aos 40 anos de carreira da fundadora do estilo Animemusic no mundo, Mitsuko Horie.
A cantora e dubladora de personagens de desenhos animados veio pela primeira vez ao Brasil a convite do Consulado Internacional do Japão para estreitar os laços entre os países, divulgando a cultura japonesa através do Animemusic. O evento “Nihon no Matsuri Preview” foi bem recebido pelo público “otaku” de Belém, ou seja, os fãs de anime japonês. Apesar de o Festival ser voltado para a cultura nipônica, no público de pouco mais de 200 pessoas quase não havia nipo-descendentes. “Muitas pessoas confundem que esses eventos são somente para o público rockeiro ou emo, mas nós estamos aqui porque gostamos de desenho animado japonês”, diz o estudante de medicina, Andrew Matos.
O radialista e assessor do evento, Carlos Amorim, afirma que apesar dos esforços entre o Consulado Japonês e o Brasil para consolidar a parceria entre países, os veículos de comunicação ainda dão pouca importância para o assunto, que em Belém já é realidade em expansão: “Muita gente gosta da cultura japonesa e eventos como esse acontecem há muito tempo em Belém, mas infelizmente ainda não está na pauta da mídia”.
No Brasil o número de grupos que tocam animemusic tem crescido consideravelmente. A maioria das músicas é cantada em japonês, mas algumas bandas já estão adaptando novas línguas como o inglês e até o português. “Em Belém já existem seis bandas de animemusic e a tendência é que esse número cresça ainda mais. Nós estamos trabalhando muito na divulgação e já temos músicas autorais”, relata Cláudio Fly, baixista da banda Shinobi 88.
O montante arrecadado no mercado informal de animes, incluindo vendas de produtos como brinquedos, acessórios, jogos, CDs e DVDs, é estimado 500 bilhões de ienes (moeda japonesa) por ano. No Brasil um dos animes de grande sucesso atualmente é o Naruto, personagem ninja que vive em busca da própria superação. Outros desenhos animados ao estilo japonês também estiveram nas telinhas brasileiras e fizeram grande sucesso, a exemplo de “Cavaleiros do Zodíaco”, exibido no Brasil no início da década de 90 e hoje lembrado pelo público adulto.
Otakumania - Com o crescente sucesso dos animes surgiu a ‘otakumania’, movimento de expressão dos fãs de animes. Em Belém, uma das maiores expressões dos otakus são os concursos de fantasias. O “Nihon no Matsuri Preview” foi mais uma oportunidade de usar a moda dos desenhos animados. Regis Rodrigues, 14 anos, explica que existem várias categorias para quem gosta de fantasias ao estilo japonês. “Uma das vertentes são os “cosplay” que se vestem de personagens de animes japoneses. As pessoas querem se vestir dos seus heróis preferidos, ou criam seus próprios personagens, esses são os chamados ‘decora’”. Para os otakus, a intenção é concorrer com outros participantes pelo título de melhor fantasia. E sobre isso existem campeonatos nacionais e até mundiais, como o World Cosplay Summit, realizado anualmente no Japão e que conferiu ao Brasil o título de único país bicampeão. Já para os “decora” não existe concurso, apenas a vontade de estar fantasiado em um evento.
No Pará, o maior festival de concurso de “cosplayers” é o Animazon, que acontece todo ano, geralmente no mês de setembro.
Sobre Mitsuko Horie – A cantora foi contratada aos nove anos por uma empresa de discos. A intenção era interpretar músicas para as crianças de uma nova geração. Desde então, sua carreira se voltou principalmente para o público infanto-juvenil e em poucos anos ela lançava um novo estilo musical: o animemusic, que é uma mistura do estilo Enka (tradicional japonês) com o J-Rock. Sua primeira música tema de anime foi lançada em 1969 no desenho Kurenai Sanshiro. Ao longo da carreira, ela chegou a cantar mais de 1.200 músicas: “Houve época na TV, que em uma única semana, dez desenhos animados tinham música minha como abertura”, comenta Mitsuko.
A artista escreveu livros e também participou da dublagem de diversos desenhos, entre os mais conhecidos, Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco, onde dublou o personagem Hilda de Polaris. Apesar dos trabalhos realizados, Mitsuko Horie conta que sua grande preocupação sempre foi a música: “Em certo momento quando eu era mais jovem fiquei em crise pensando se meu lado artístico seria aceito, já que canto músicas para animes. Mas em 1977 a música ‘Candy Candy’ mudou a minha vida, pois as vendas superaram um milhão de cópias. Nas Filipinas, outra música de minha autoria se tornou tão conhecida quanto o hino nacional”.
Em dezembro deste ano, a cantora vai lançar um CD e um DVD em comemoração aos 40 anos de carreira.
História do anime - o pioneiro dos desenhos animados no mundo foi o empresário Walt Disney, na década de 40. Com fim da Segunda Guerra Mundial, muitos artistas japoneses tiveram contato com a cultura ocidental e, influenciados por ela desenvolveram uma nova animação, baseada em desenhos com traços mais estilizados, incorporando elementos da tradição japonesa. Foi aí que surgiu o primeiro anime japonês, o Astroboy.
No Japão, a palavra anime é utilizada para todo desenho animado. Já no Brasil recebe um significado diferente: anime é todo o desenho animado que venha do Japão. Hoje existem 10 gêneros e 11 sub-gêneros de anime, muitos deles disponíveis para download gratuito na Internet.
Contatos:
Cláudio Fly (banda Shinobi 88): 91186900
Carlos Amorim (Assessor do evento): carlosamorimadv@yahoo.com.br
Informações adicionais:
O próximo evento será o “Otaku no Matsuri’09” e acontecerá nos dias 14 e 15 de novembro, das 10h às 20h, no CESEP (Av. Pedro Miranda, 100). Ingressos (por dia): R$ 7,00 (antecipado) / R$ 8,00 (no local). Mais informações: http://shogunclube.wordpress.com/
Texto: Leila Negrão, jornalista diplomada pela Universidade Federal do Pará (UFPA). DRT/PA: 1954.
A cantora e dubladora de personagens de desenhos animados veio pela primeira vez ao Brasil a convite do Consulado Internacional do Japão para estreitar os laços entre os países, divulgando a cultura japonesa através do Animemusic. O evento “Nihon no Matsuri Preview” foi bem recebido pelo público “otaku” de Belém, ou seja, os fãs de anime japonês. Apesar de o Festival ser voltado para a cultura nipônica, no público de pouco mais de 200 pessoas quase não havia nipo-descendentes. “Muitas pessoas confundem que esses eventos são somente para o público rockeiro ou emo, mas nós estamos aqui porque gostamos de desenho animado japonês”, diz o estudante de medicina, Andrew Matos.
O radialista e assessor do evento, Carlos Amorim, afirma que apesar dos esforços entre o Consulado Japonês e o Brasil para consolidar a parceria entre países, os veículos de comunicação ainda dão pouca importância para o assunto, que em Belém já é realidade em expansão: “Muita gente gosta da cultura japonesa e eventos como esse acontecem há muito tempo em Belém, mas infelizmente ainda não está na pauta da mídia”.
No Brasil o número de grupos que tocam animemusic tem crescido consideravelmente. A maioria das músicas é cantada em japonês, mas algumas bandas já estão adaptando novas línguas como o inglês e até o português. “Em Belém já existem seis bandas de animemusic e a tendência é que esse número cresça ainda mais. Nós estamos trabalhando muito na divulgação e já temos músicas autorais”, relata Cláudio Fly, baixista da banda Shinobi 88.
O montante arrecadado no mercado informal de animes, incluindo vendas de produtos como brinquedos, acessórios, jogos, CDs e DVDs, é estimado 500 bilhões de ienes (moeda japonesa) por ano. No Brasil um dos animes de grande sucesso atualmente é o Naruto, personagem ninja que vive em busca da própria superação. Outros desenhos animados ao estilo japonês também estiveram nas telinhas brasileiras e fizeram grande sucesso, a exemplo de “Cavaleiros do Zodíaco”, exibido no Brasil no início da década de 90 e hoje lembrado pelo público adulto.
Otakumania - Com o crescente sucesso dos animes surgiu a ‘otakumania’, movimento de expressão dos fãs de animes. Em Belém, uma das maiores expressões dos otakus são os concursos de fantasias. O “Nihon no Matsuri Preview” foi mais uma oportunidade de usar a moda dos desenhos animados. Regis Rodrigues, 14 anos, explica que existem várias categorias para quem gosta de fantasias ao estilo japonês. “Uma das vertentes são os “cosplay” que se vestem de personagens de animes japoneses. As pessoas querem se vestir dos seus heróis preferidos, ou criam seus próprios personagens, esses são os chamados ‘decora’”. Para os otakus, a intenção é concorrer com outros participantes pelo título de melhor fantasia. E sobre isso existem campeonatos nacionais e até mundiais, como o World Cosplay Summit, realizado anualmente no Japão e que conferiu ao Brasil o título de único país bicampeão. Já para os “decora” não existe concurso, apenas a vontade de estar fantasiado em um evento.
No Pará, o maior festival de concurso de “cosplayers” é o Animazon, que acontece todo ano, geralmente no mês de setembro.
Sobre Mitsuko Horie – A cantora foi contratada aos nove anos por uma empresa de discos. A intenção era interpretar músicas para as crianças de uma nova geração. Desde então, sua carreira se voltou principalmente para o público infanto-juvenil e em poucos anos ela lançava um novo estilo musical: o animemusic, que é uma mistura do estilo Enka (tradicional japonês) com o J-Rock. Sua primeira música tema de anime foi lançada em 1969 no desenho Kurenai Sanshiro. Ao longo da carreira, ela chegou a cantar mais de 1.200 músicas: “Houve época na TV, que em uma única semana, dez desenhos animados tinham música minha como abertura”, comenta Mitsuko.
A artista escreveu livros e também participou da dublagem de diversos desenhos, entre os mais conhecidos, Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco, onde dublou o personagem Hilda de Polaris. Apesar dos trabalhos realizados, Mitsuko Horie conta que sua grande preocupação sempre foi a música: “Em certo momento quando eu era mais jovem fiquei em crise pensando se meu lado artístico seria aceito, já que canto músicas para animes. Mas em 1977 a música ‘Candy Candy’ mudou a minha vida, pois as vendas superaram um milhão de cópias. Nas Filipinas, outra música de minha autoria se tornou tão conhecida quanto o hino nacional”.
Em dezembro deste ano, a cantora vai lançar um CD e um DVD em comemoração aos 40 anos de carreira.
História do anime - o pioneiro dos desenhos animados no mundo foi o empresário Walt Disney, na década de 40. Com fim da Segunda Guerra Mundial, muitos artistas japoneses tiveram contato com a cultura ocidental e, influenciados por ela desenvolveram uma nova animação, baseada em desenhos com traços mais estilizados, incorporando elementos da tradição japonesa. Foi aí que surgiu o primeiro anime japonês, o Astroboy.
No Japão, a palavra anime é utilizada para todo desenho animado. Já no Brasil recebe um significado diferente: anime é todo o desenho animado que venha do Japão. Hoje existem 10 gêneros e 11 sub-gêneros de anime, muitos deles disponíveis para download gratuito na Internet.
Contatos:
Cláudio Fly (banda Shinobi 88): 91186900
Carlos Amorim (Assessor do evento): carlosamorimadv@yahoo.com.br
Informações adicionais:
O próximo evento será o “Otaku no Matsuri’09” e acontecerá nos dias 14 e 15 de novembro, das 10h às 20h, no CESEP (Av. Pedro Miranda, 100). Ingressos (por dia): R$ 7,00 (antecipado) / R$ 8,00 (no local). Mais informações: http://shogunclube.wordpress.com/
Texto: Leila Negrão, jornalista diplomada pela Universidade Federal do Pará (UFPA). DRT/PA: 1954.
ÓTIMO ARTIGO, MAS O CONCURSO COSPLAY NÃO É UM CONCURSO ONDE QUEM VENCE É QUEM TEM A MELHOR FANTASIA. AQUELES QUE PARTICIPAM DEVEM TER UMA BOA INTERPRETAÇÃO TAMBÉM. A FANTASIA POR SI SÓ NÃO GANHA O CONCURSO.
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