domingo, 20 de maio de 2012

Trânsito em Belém continua um caos. MPF entra com nova ação. Prefeito diz que vai agilizar obras

Por: Cleide Magalhães
Foto: Daniel Pinto

O trânsito em Belém continua a representar caos para os milhares de pedestres, ciclistas e motoristas obrigados a trafegar pelos trechos afetados pelas obras do projeto de implantação do transporte público por meio do Sistema de transporte Rápido por ônibus (BRT) da prefeitura de Belém. Principalmente os que precisam passar pela avenida Almirante Barroso. A Justiça Federal ainda não se manifestou sobre a mais nova ação impetrada pelo Ministério Público Federal, no último dia 16, mas o problema parece longe de acabar. Na ação, o MPF pede que a Justiça embargue de forma imediata as obras do BRT e obrigue a prefeitura a apresentar um planejamento para diminuir os transtornos causados à população.

Para contrapor os argumentos do MPF, o prefeito Duciomar Costa (PTB) esteve nos estúdios da TV Liberal na manhã de ontem e concedeu entrevista ao jornalista João Jadson, do Bom Dia Pará. Duciomar negou que as obras da BRT tenham sido implantadas de maneira pouco criteriosa e reafirmou que nada foi feito sem planejamento. Ele também explicou que é necessário paciência devido a grandiosidade do projeto, mas garantiu que a partir desta semana os trabalhos serão acelerados. 

"Falta somente um trecho de obra que cabe à prefeitura na João Paulo e estamos realocando os moradores em mais um quarteirão para permitir que a avenida seja prolongada por mais alguns metros, mas temos que fazer isso de forma ordenada, o que consome tempo. A outra extensão da avenida João Paulo é projeto do governo do Estado. Fizemos o binário da avenida Senador Lemos com a Pedro Álvares Cabral, as avenidas Marquês de Herval e Duque de Caxias para o trânsito fluir melhor. Sabemos que a obra do BRT gera incômodo, mas precisamos executá-la para melhorar o trânsito de nossa cidade. Vamos trabalhar em turno integral, dia e noite, para reduzir o tempo que é de 90 dias. Para isso, precisamos da paciência e apoio da população", solicita o prefeito.

O Bom Dia Pará recebeu diversas perguntas dos telespectadores sobre o BRT. Nesse quadro, Duciomar Costa esclareceu ainda que o sistema vai ocupar somente uma pista da avenida Almirante Barroso. Nas outras três passarão somente carros, e não mais ônibus, estes vão até as estações, e que as ciclovias serão mantidas. Além disso, falou que as obras do Entroncamento serão corrigidas. "Já assinamos termo de cooperação administrativa com o governo Federal nesta semana e as obras do Entroncamento, que eram de sua competência, podem ser administradas por nós. Das correções a serem feitas estão a retirada das passarelas que não são usadas".

Procurador afirma que projeto tem causado prejuízo à população

O procurador da República Bruno Valente, um dos responsáveis pela ação - além de Daniel Azeredo Avelino e Felício Pontes Jr. - também esteve no programa e reforçou que alguns transtornos foram causados à população com a obra. "Os problemas não precisavam ter sido nesse grau. Uma medida a ser tomada para diminuir o caos era a conclusão do prolongamento da avenida João Paulo II. Já contamos com ação anterior que aponta irregularidades no processo licitatório da obra, que embora seja ampla teve somente uma empresa concorrente. Além disso, não houve audiência pública e consulta à população sobre as obras. Por essas ilegalidades não poderiam ser aplicados recursos do governo Federal, mas uma liminar foi concedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região à primeira ação depois que a presidente Dilma Roussef garantiu a obra no PAC II", explicou o procurador Valente.

O MPF defende que se determinada a paralisação das obras imediatamente, as vias interditadas seriam liberadas para o trânsito dando escape para o fluxo de veículos. Para o MPF, nenhuma rota alternativa foi criada para suportar o fluxo de veículos e reduzir os engarrafamentos enquanto as obras são executadas. "O embargo da obra não vai causar transtorno à população, porque a via seria liberada para o trânsito fluir. Reconhecemos a importância da obra, mas defendemos que o projeto siga seu fluxo normal e correto. Não questionamos o mérito do projeto, mas como foi feito", ressalta Bruno Valente, durante entrevista concedida no último dia 17.

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