quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Festival de música e arte popular é opção no Círio de Nazaré


Por: Cleide Magalhães

No Círio de Nazaré, uma das maiores procissões católicas do
Brasil, o sagrado e profano coexistem. Logo depois que a Trasladação passa pela avenida Presidente Vargas, no sábado, 8, paralelo à festa As
Filhas da Chiquita, começa no anfiteatro da Praça da República o Cirial 2011 - Festival de Música e Arte Popular do Círio de Nazaré, realizado pelo Núcleo de Produção Cultural da Amazônia (NPCA). O evento é aberto ao público e acontece pelo sexto ano consecutivo.

Nesta edição, o Cirial homenageia o irreverente e inquieto artista paraense Buscapé Blues. Além da participação de Buscapé Blues e Banda, o evento já conta com a confirmação de vários artistas e bandas locais: Luis Girad, Geração X, Breno Queirós e Banda, Papo blues, Zueira de Fumanchú, baby Loydes, Resistência Suburbana, Sentimento de Revolta e Estorvo. Além da presença especial do Dj Vagalume, que promete mandar no vinil repertório que vai do samba, passando pelo reggae até o rock in roll.

Segundo André Miranda, sociólogo e organizador do Cirial, o evento busca divulgar os diversos trabalhos musicais e artístico de bandas e grupos culturais que atuam na região metropolitana de Belém com programação eclética e de qualidade. “O festival conta com uma produção voluntária e sem fins lucrativos mantendo a tradição dos movimentos culturais estudantis da Universidade Federal do Pará (UFPA) dos anos 90, quando o núcleo surgiu após organizar diversos eventos político-culturais no campus universitário”, conta André, vocalista da banda paraense Zueira de Fumanchú, a qual já recebeu premiação em festivais alternativos nacionais e internacionais.

O organizador afirma que a prioridade de escolha à participação de artistas e bandas no evento leva em conta a atuação político-cultural. “Nos meses que antecedem o Cirial nos organizamos com diversos movimentos sociais em luta e colocamos o espaço à disposição para que possam reivindicar seus direitos, fazer manifestações e protestos. As bandas e grupos artísticos também são selecionados entre os diversos movimentos culturais que atuam na região metropolitana de Belém dando prioridade àqueles que têm atuação na política e cultura como os anarquistas, punks, góticos, poetas marginais, artistas de rua, intelectuais, entre outros que contam com pouco espaço na mídia, mas desenvolvem trabalho crítico de inserção social”.

Serviço

Cirial 2011 - Festival de Música e Arte Popular do Círio de Nazaré, sábado, dia 8 de outubro, logo depois da Trasladação do Círio de Nazaré, no anfiteatro da Praça da República, na avenida Presidente Vargas, em Belém. Diversos artistas e bandas locais já confirmaram presença. Mais informações: (91) 3086 9566 / 8021 1050. E-mail: barbaroreds@yahoo.com.br

Realização

Núcleo de Produção Cultural da Amazônia (NPCA).

Apoio

Secretaria de Estado de Cultura (Secult)

Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Hospital Bettina utiliza repasse do Rehuf em projeto de atendimento 24h

Por: Cleide Magalhães

O Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) obteve, recentemente, liberação de R$ 83,6 mil do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf). Segundo o diretor geral do Bettina, o médico e sociólogo Paulo Amorim, a verba será destinada para iniciar o Projeto de Atendimento 24 horas de Urgência e Emergência em Oftalmologia e Otorrinolaringologia, o qual gira em torno de R$ 600 mil.

"Comemoramos a liberação do recurso e será totalmente direcionado às ações iniciais desse grande projeto, que é um antigo sonho do Bettina, uma necessidade da população e das residências médicas do hospital a serem classificadas pelo Ministério da Educação em nível A. Ainda este semestre, vamos apresentar um plano de aplicação dos recursos e mostrar ao Rehuf o desenvolvimento do projeto”, afirma Paulo.

O diretor ressalta ainda que o novo serviço vai ajudar a desafogar o atendimento de pacientes nessas especialidades nos prontos socorros e conta com apoio do poder público. “O serviço de urgência e emergência em Oftalmologia e Otorrinolaringologia demanda infraestrutura específica – o que ainda é deficiente nos prontos socorros, não por conta dos profissionais, mas pela falta de aparelhos sofisticados. O Estado e Município vêem com bons olhos que o Bettina absorva esse serviço. O projeto já teve a sinalização positiva do Governo do Estado e Ministério da Saúde, que demonstraram estar interessados e afirmaram que vão nos apoiar com recursos para credenciarmos o serviço”, informa.

O Rehuf é um programa do Governo federal promovido entre os ministérios da Saúde e da Educação que visa implementar mecanismos mais adequados de financiamentos aos hospitais q

ue, além do atendimento a população, trabalham na formação de profissionais de saúde e no desenvolvimento de pesquisa.

Indicadores

Os recursos repassados aos hospitais universitários do País pelo Rehuf não são iguais. Eles resultam de indicadores avaliados pelo ministério, como o tempo de permanência do paciente, número de leito ocupado e de clínica funcionando, entre outros. “Somos hospital dia e, por isso, nossos indicadores são pouco contemplados nessa ótica do Ministério da Saúde”.

Entretanto, o Bettina e outras instituições do Brasil buscam fazer com que o Rehuf olhe de forma diferente para os hospitais de especialidades. “Para isso, diretores de hospitais universitários querem criar aos hospitais com nível de especialidade reconhecida, como é o caso do HUBFS, um pacto da saúde para repasse de recursos, em vez de ser teto financeiro, no qual hoje o Hospital Bettina recebe somente pelo que produz. No pacto seria definido um valor e o Bettina teria que alcançar a meta, do jeito que acontece com o hospital Barros Barreto. Se isso foi incorporado será interessante para o hospital”, ressalta Paulo Amorim.

Rehuf

Ao todo, o Programa do governo federal estabeleceu recursos financeiros no montante de R$ 250 milhões para 44 hospitais universitários federais. Os investimentos fazem parte do financiamento compartilhado dos hospitais universitários pelo Ministério da Saúde, Ministério da Educação e Ministério do Planejamento.

A descentralização dos recursos está condicionada ao envio ao Ministério da Saúde e ao Ministério da Educação dos termos de compromissos firmados entre os hospitais e os gestores estaduais e municipais. O Fundo Nacional de Saúde deverá providenciar a transferência do montante em três parcelas, a partir do mês passado.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Denunciada contratação irregular de professores no Pará


Por: Cleide Magalhães

Reportagem publicada nos jornais O Liberal e Amazônia, 27/09/2011


Entre 400 professores que atuam hoje no ensino religioso no Pará apenas cinco têm formação específica e quase a metade deles têm contrato temporário novo, ou seja, foram admitidos no Estado depois de 2005. A denúncia foi feita pela Associação dos Professores de Ensino Religioso (Acrepa) ao promotor Firmino Matos, da Promotoria de Justiça de Direitos Constitucionais Fundamentais de Defesa do Patrimônio e da Moralidade Administrativa, do Ministério Público do Estado (MPE).

Por conta da denúncia, o MPE convocou uma reunião com a presença de representantes da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Procuradoria Geral do Estado (PGE) e Acrepa, no final da manhã de ontem no MPE, na Cidade Velha. A reunião resultou em uma minuta de um Compromisso de Ajustamento de Conduta sobre o qual a PGE deve se manifestar nos próximos 15 dias.

Uma lista com nomes de professores lotados no ensino religioso no Estado foi disponibiliza pela Seduc ao MPE e já desperta a atenção do promotor. Nela, consta que muitos dos que atuam na disciplina, aparentemente, não têm nada a ver com a formação para exercer a atividade. Há professor formado em técnico de contabilidade, engenharia eletrônica, matemático, advogado, entre outros.

Firmino Matos suspeita que a carga horária seja preenchida de forma fictícia, isto é, o professor recebe salário e pode ser que não compareça à sala de aula. "Há algo errado no ensino religioso, já sinalizamos isso à PGE. Esperamos que o Estado seja sensível e resolva o problema diante do que propusemos. Caso contrário, teremos que apurar quanto à carga horária. É fundamental sanar a situação mediante realização de concurso público para garantir que quem leciona tenha formação compatível com o cargo", disse o promotor.

Segundo o presidente da Acrepa, Ailton Palheta há 11 anos existe cerca de 200 professores formados em Ensino Religioso pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), os quais ainda estão fora do mercado de trabalho. "É uma incoerência do Estado, porque este forma professores habilitados, mas não cria possibilidades para inseri-los no mercado de trabalho. O ensino religioso virou cabide de emprego comprometendo a qualidade do ensino", reclama.

A primeira entre as oito cláusulas da minuta traz que o Estado compromete-se a enviar à Assembleia Legislativa do Estado (Alepa), no prazo de dois meses, a contar com a data de assinatura do compromisso, projeto de lei à criação de cargos de professor em nível AD-4 à disciplina de Ensino Religioso. Além disso, prevê aplicação de multa pecuniária diária de R$ 100 mil ao Estado, caso o compromisso seja descumprido.

Em nota, a assessoria de imprensa da Seduc informou que, "por intermédio de sua área de ensino, se manifestará, caso seja necessário, para atender qualquer solicitação do MPE ou de outro órgão ou instituição de direito relacionado ao assunto". A PGE, também por meio da assessoria de imprensa, disse que a situação está em análise.

Ensino Especial

No Pará, o Ensino Religioso enfrenta problemática semelhante a do Ensino Especial quanto à realização de concurso público. A reunião no MPE tratou ainda sobre o cumprimento do último acordo feito entre o Estado e o Ministério Público do Trabalho, na Justiça do Trabalho, em 2005, o qual prevê que, até 31 de março de 2012, o Estado realize concurso público à contratação de pessoal para a Educação Especial, que hoje conta com cerca de 400 temporários antigos (atingidos pelo acordo de Ação Civil Pública, em 2005) e em torno de 100 temporários novos. Sobre esse assunto, a PGE deve se manifestar também nos próximos 15 dias. "A expectativa do MPE é que este acordo firmado seja cumprido de forma integral e não se estenda após o prazo. Aguardamos parecer por escrito da PGE e, caso necessário, faremos um Termo de Ajuste de Conduta", ressaltou o promotor Firmino Matos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Seminário Mundial contra Belo Monte acontece em Altamira


TERRITÓRIOS, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO NA AMAZÔNIA: A LUTA CONTRA OS GRANDES PROJETOS HIDRELÉTRICOS NA BACIA DO XINGU

Falo assim sem tristeza,
Falo por acreditar
Que é cobrando o que fomos
Que nós iremos crescer
Nós iremos crescer,
Outros outubros virão
Outras manhãs, plenas de sol e de luz
Alertem todos alarmas
Que o homem que eu era voltou
A tribo toda reunida,
Ração dividida ao sol
E nossa vera cruz,
Quando o descanso era luta pelo pão
E aventura sem par
Quando o cansaço era rio
E rio qualquer dava pé

(Fragmento da canção “O que foi feito deverá”)

Atendendo ao chamado dos povos do Xingu, em especial dos pescadores que, sem ter respostas do governo querem saber o que realmente acontecerá com suas vidas, com a vida da floresta, com a vida do rio se a usina de Belo Monte for construída, diversas organizações, movimentos sociais, fóruns e indivíduos se reuniram para construir um grande seminário mundial denominado “Territórios, ambiente e desenvolvimento na Amazônia: a luta contra os grandes projetos hidrelétricos na bacia do Xingu”.

Este seminário objetivará, a luz dos estudos e pesquisas científicas já realizadas, mas também a partir das experiências concretas vivenciadas na região, discutir com estudantes, trabalhadores das áreas rurais e urbanas, especialistas, juristas, com os povos da Amazônia e do mundo, os impactos e problemas ambientais, sociais, econômicos, políticos e culturais, entre outros, que decorrerão de Belo Monte.

O seminário será realizado de 25 a 27 de outubro de 2011, na cidade de Altamira/PA, esperando-se a participação de pessoas de todo o Brasil, e de diversos outros países do mundo.

A forma de inscrição, orientações sobre alojamento, alimentação, transporte, programação do evento, bem como outras informações serão disponibilizadas até o final deste mês de setembro.

Outros outubros sempre virão, mas, antes do próximo terminar, todos os povos do mundo estarão na Amazônia, estarão em Altamira, estarão no Xingu, defendendo as pessoas, a floresta, os rios e a vida.

comitexinguvivo@hotmail.com

terça-feira, 20 de setembro de 2011

“Lendas de Quintal – Canções, Estórias e Danças do Brasil”

O CD “Lendas de Quintal – Canções, Estórias e Danças do Brasil” da cantora paraense Sabah Moraes traz composições da artista e de Ney Couteiro. É educativo e fala de temas voltados à cultura paraense e do País como a fauna, flora e lendas, nos gêneros também peculiares à Amazônia: côco, boi, canção, samba do recôncavo. Será lançado dia 12 de outubro deste ano, em Goiânia (GO). Quem quiser adquirir, precisa avisar, antecipadamente,para a artista trazer quando chegar em Belém, em dezembro. Custa apenas R$ 20,00. Contatos: sabahmoraes@gmail.com

domingo, 7 de agosto de 2011

Dia dos pais aquece vendas

Lojistas esperam alta de até 7% em relação a 2010. Roupas, acessórios e eletrônicos estão na lista dos filhos.

Por: Cleide Magalhães

Reportagem especial publicada no jornal Amazônia, em 07/08/2011

O Dia dos Pais é comemorado em diversos países do mundo. No Brasil, a data é comemorado no segundo domingo do mês de agosto, que este ano será no próximo dia 14. Para o comércio popular de Belém e os shoppings centers da cidade, a data representa a quinta posição no ranking de sucesso de vendas, quando a população mais compra presentes. As datas recordistas de vendas vão o Natal, o Ano Novo, o Dia das Mães e o Dia dos Namorados.

Segundo Joy Colares, vice-presidente do Sindicato dos Logistas do Comércio de Belém (Sindilojas), que conta com cerca de três mil associados diretos e 12 mil indiretos, apesar de o varejo estar meio retraído nos últimos 60 dias, as vendas têm crescido desde 1996 e a expectativa é que a movimentação no centro da cidade aumente a partir de quarta, 10, e se intensifique na sexta, 12, e sábado, 13, quando o crescimento nas vendas deverá atingir entre 5% e 7% em relação ao ano passado. 'Esse aumento será real de 12% a 13% em realção a 2010. Não temos como falar em valores exatos, fizemos essa projeção de acordo com consultas realizadas junto a instituições que fornecem informações sobre crédito'.

Segundo as Assessorias de Imprensa dos três shoppings centers da cidade (Pátio Belém, Boulevard Belém e Castanheira) existe uma expectativa de crescimento nas vendas de diversos produtos, que apresentam preços variados. No Pátio Belém, desde o início de agosto em torno de 43 mil pessoas já passaram pelo local. 'A expectativa é que aumente para 60 mil pessoas até a véspera do Dia dos Pais e as vendas cresçam entre 8% e 9% em relação a 2010. Para isso, inovamos com uma promoção que sorteará três viagens a São Paulo e ingresso para asistir o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, em Interlagos', disse o gerente de Marketing do Pátio Belém, Antônio Carlos Maziver.

Presentes variam de acordo com a renda

Os valores para a compra do presente no comércio também variam, pois dependem do gosto do consumidor. Em ambos os espaços, o perfil dos consumidores são relativos e tem gosto para tudo. No centro da cidade o perfil do cliente é de baixa e média renda e os gastos com presentes ficam, em média, entre R$ 60,00 e R$ 120,00, a serem pagos pelos objetos tradicionais como artigos em couro como cinto, carteira e sapato e confecção e aparelhos eletrônicos (DVDs e TV de plasma).

No comércio popular, na última sexta, 5, a movimentação ainda era tímida. A auxiliar administrativa Paula da Silva, 39 anos, fazia somente pesquisa nos preços dos produtos, e já tinha certeza do que vai comprar para seu pai, Pedro Campos, 75 anos. 'Vou dar uma bermuda que custe até R$ 40,00. Não posso dar algo mais caro', disse.

Shoppings inovam em vitrines para aguçar o gosto do cliente

Nos shoppings, as vitrines estão atrativas e decoradas com cartazes e vários tipos de promoções para atrair atenção dos consumidores. Há lojas que fogem do tradicional e buscam inovar nos produtos sugerindo novas dicas de presentes para o Dia dos Pais. São kits relacionados a diferentes personalidades de pais como mestre-cuca, festeiro e workaholic. Os kits vêm acompanhados de outros produtos como caneca, almofada massageadora e podem ser vendidos separadamente ou trocados por outras peças, mas, se este for o caso, o preço do kit pode ter alguma variação no preço. 'Na semana passada, tínhamos 20 kits. Hoje (terça passada) restam somente cinco. Pode ser que cheguem mais. Montamos a vitrine exibindo esses e outros produtos diferentes desde 21 de julho. A expectativa é vender mais que em 2010. A gente sempre cria novas mercadorias na véspera do Dia dos Pais, para trazer ao nosso cliente as últimas novidades do mercado', disse Leonardo Miceli, gerente de loja.

O consultor de vendas Marcelo Correa, 29 anos, que perdeu o pai no ano passsado, se deslocou do bairro da Marambaia para ir ao shopping procurar por um presente que ele vai dar a uma pessoa tão especial quando o seu pai. 'Vou presentear um grande amigo do meu pai, que sempre me ajudou quando meu pai era vivo e também depois que ele morreu. Este ano, é a primeira vez que vou passar a data sem meu pai biológico. Sinto vontade de oferecer um artigo que traduza meu sentimento ao amigo do meu pai. Devo comprar uma camisa ou um acessório, que varie entre R$ 70,00 e R$ 150,00', informou.

HORÁRIO ESPECIAL DE FUNCIONAMENTO

Shoppings

Pátio Belém

Na sexta, 12, e no sábado,13 - Das 10h às 23h.
No domingo, 14, será normal - das 10h às 22h.
End.: Trav. Pe. Eutíquio, 1078. Batista Campos.
Tel.: 91 - 4008 5800
www.patiobelem.com.br

Castanheira

Praça de alimentação, cinemas, parque de diversões e lojas âncoras.
Domingo, 07 - Das 12h às 22h
Demais lojas
Domingo, 07 - Das 14h às 22h.
Os horários de funcionamento do próximo final de semana ainda serão divulgados.
End.: Br - 316, s/n, km 1, na bairro da Guanabara, em Belém.
Tel.: 91 - 4008 8100/4008 8101
Linkwww.shoppingcastanheira.com.br

Boulevard Belém

Lojas, lazer e praça de alimentação
Sexta, 12, e sábado,13 - Das 10h às 23h
Restaurantes
Segunda, 08, a sábado, 13 - Das 10h às 00h
End.: Avenida Visconde de Souza Franco, 776, no bairro do Reduto.
Tel.: 91 - 3299 0500
www.boulevardshoppingbelem.com.br

HORÁRIO NORMAL DE FUNCIONAMENTO

Comércio

Segunda a sábado - Das 8h às 19h
Domingo - Não há previsão de funcionar.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Construção civil está em alta

No Pará, setor foi o que abriu maior número de vagas formais

Por: Cleide Magalhães

Reportagem especial publicada no jornal Amazônia, em 31/07/2011

O déficit habitacional do Pará - que está em torno de 470 mil moradias, dos quais 170 mil pessoas não têm onde residir em Belém - e o elevado crescimento do crédito justificam o fato de a Indústria da Construção Civil ser a atividade econômica paraense responsável pela maior abertura de vagas de empregos em junho deste ano. É o que revela o estudo feito pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, ao mostrar um crescimento de 2,05% na geração de empregos formais, apontando 6.018 admissões contra 4.650 desligamentos: saldo positivo de 1.368 empregos com carteira assinada.

José Roberto Rodrigues, economista e responsável pela área de Pesquisa e Análises Econômicas do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscom), afirma que a Indústria da Construção Civil no País teve aquecimento especialmente em 2010, quando foram investidos cerca de R$ 2 bilhões no Pará na construção de 36 mil habitações em Belém, Ananindeua e adjacências. Dos R$ 2 bilhões, R$ 600 mil foram oriundos de Caderneta de Poupança e R$ 1,4 bilhão de Programas do Governo Federal como o Minha Casa Minha Vida. "Se continuar nesse ritmo - e a expectativa é que os investimentos cresçam - o déficit de habitação no Pará poderá reduzir em 70% até 2022. A prioridade é garantir moradia à população de baixa renda, a qual será beneficiada com programas de habitação como Minha Casa Minha Vida", disse.

De acordo com estudos realizados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o Brasil, que conta com déficit habitacional estimado em 7,2 milhões de moradias, chegar a 2022 com a eliminação total das residências precárias e da coabitação - famílias dividindo a mesma moradia -, serão necessários investimentos de R$ 3,2 trilhões na construção de 23,1 milhões de residências.

Cohab tem 17 empreendimentos em andamento

A assessoria de imprensa da Companhia de Habitação do Pará (Cohab), do Governo do Estado, afirma que em 46 anos de existência do órgão contabiliza o atendimento de cerca de 75 mil famílias com novas moradias, melhorias habitacionais, lotes urbanizados e regularização fundiária em todo o Estado. "O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está entre as grandes alternativas de recursos para viabilizarmos a diminuição do déficit habitacional", disse o presidente da Cohab, Marcos Aurélio de Oliveira. O PAC define, ainda, que seja feita a urbanização de assentamentos precários, as conhecidas invasões e realiza a construção de unidades habitacionais e obras de urbanização, como é o caso do bairro de Jaderlândia, em Castanhal.

Atualmente, a Cohab tem 17 empreendimentos em andamento, que deverão beneficiar cerca de 17 mil famílias. Serão quase seis mil novas habitações, com a realização de 1,5 mil melhorias e ampliação de moradias, além de 10 mil lotes infraestruturamos. Estes empreendimentos estão nos municípios de Belém, Castanhal, Mocajuba, São Geraldo do Araguaia e Jacundá.

Cheque - A Cohab informa também que o Cheque Moradia, programa que atende famílias com renda de até três salários mínimos, criado em 2003, já atendeu 28 mil famílias em todo o Estado e estima atender até 2014 cerca de 17 mil famílias. O programa disponibiliza três modalidades de atendimento: construção, melhoria e ampliação de unidade habitacional. O benefício é destinado a servidores públicos e a famílias vítimas de incêndio ou que vivem em moradias com situação de risco.

Programa - Já o Programa Minha Casa Minha Vida, que concede o acesso à casa própria para famílias com renda de até R$ 1.395,00, deverá permitir a conclusão de mais de quatro mil habitações em seis municípios paraenses: Ananindeua, Benevides, Castanhal, Marituba, Santa Bárbara e Santa Isabel do Pará, com previsão de entrega até o ano que vem. Este ano, um dos empreendimentos entregue à população foi o Residencial Paulo Fonteles II, em Ananindeua.

Há contratações também no interior

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), que também analisa os dados do Caged, verificou que no mesmo período de 2010, a Construção Civil apresentou saldo positivo de empregos formais, porém foi menor que este ano. Em 2010, foram 5.078 empregos formais gerados e 4.090 desligamentos - um saldo positivo de 988 postos de trabalhos com um crescimento de 1,68%.
As análises do Dieese/PA mostram ainda que em junho a maioria dos Estados da Região Norte apresentaram saldos positivos de empregos formais. Seguido do Pará, esteve o Amazonas (667 empregos) e Acre (422). Na outra ponta, Rondônia apresentou a maior perda de postos de trabalhos (118).

Em junho passado, os empregos gerados no Pará estiveram presentes em Belém, Ananindeua, Barcarena, Castanhal, Marabá, Parauapebas, Tucuruí, Santarém, Paragominas e Altamira. Segundo o economista, a distribuição faz com que a Construção Civil no Pará se diferencie de outros Estados da Região Norte do Brasil.

"No Pará, o emprego é melhor distribuído geograficamente. Mais de 80% deles estão distribuídos entre vários municípios. Em outros Estados, geralmente, são concentrados nas capitais, como Manaus e Macapá. Isso faz com que o emprego no Estado seja bem distribuído, ajuda a minimizar as desigualdades regionais e dominui a vinda de pessoas de outros municípios para a capital", considera.

Trabalhadores passam de obra a outra

Atualmente, o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscom) contabiliza que 150 unidades habitacionais estão em construção em Belém nos bairros de Batista Campos, Umarizal, Marco e Cremação. As obras duram, geralmente, entre 36 a 45 meses. "Nesse período, o trabalhador é contratado com carteira assinada e na medida em que a empresa vai passando para outros empreendimentos, muitos trabalhadores permanecem", garante José Rodrigues.

O economista informa que a maior parte dos trabalhadores nessas obras é de Belém. Afirma que há contratação de pessoas de fora do Estado somente em ocasiões em que envolvem grandes empreendimentos e a quantidade de trabalhadores hoje ainda é insuficiente para serviço de grande porte. Um exemplo ocorreu durante a construção do Shopping Boulevard, no Reduto, que precisou de cerca de 1,2 mil trabalhadores. "Temos trabalhadores formados pelo SESI, Instituto Federal do Pará e escolas técnicas. Oferecemos ainda treinamento nos canteiros de obras nos programas de capacitação do Sinduscom", disse.

Gargalos ainda se mantêm no Estado

Embora ao longo dos últimos anos a Construção Civil paraense busque recuperar seu papel estratégico na geração de investimentos, emprego e renda, ainda existem gargalos. "Entre os quais se destacam a escassez da oferta de trabalhadores qualificados, além da falta de terreno com infraestrutura adequada, especialmente no segmento de habitação popular. Também existe um descompasso entre a oferta e a demanda de insumos, equipamentos e mão de obra, uma vez que do lado da oferta os ajustamentos são realizados de forma mais lenta em resposta aos estímulos recebidos pelo lado da demanda", ressalta o economista José Rodrigues.

Outros pontos, na opinião do especialista, são a ausência de políticas públicas que desonerem os investimentos em bens de capital (máquinas e equipamentos), novas tecnologias e avançar na qualificação da mão de obra, "condição necessária para o desenvolvimento de processos construtivos mais eficazes e que resultem em maior produtividade do trabalho e do capital. Essas pendências suscitam inquietação sobre o futuro dos segmentos da cadeia produtiva da Construção Civil paraense."

Diminuir o déficit é desafio para prefeitura

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), na atual gestão da Prefeitura de Belém mais de 680 pessoas receberam unidades habitacionais em Belém nos bairros do Telégrafo, Paracuri, Guamá e Jurunas. Nos próximos anos, sem precisar quando, mais de mil famílias deverão ser atendidas com habitação e aproximadamente 6 mil poderão ser atendidas com infraestrutura na cidade, por meio do programa "Habitação: Um Direito de Todos", que envolve a urbanização de assentamentos precários, construção de unidades habitacionais, produção de lotes urbanizados e regularização fundiária.

Entretanto, sanar o déficit habitacional ainda é um desafio para a Sehab. As maiores dificuldades enfrentadas se dão por conta do alto índice de famílias conviventes, inclusive em famílias de classe média; número elevado de assentamentos precários com más condições de infraestrutura (educação, saúde, lazer e cultura". "A Sehab tem buscado incluir na captação de recursos a maior quantidade possível de assentamentos que compõem a periferia da cidade, a fim de reduzir o déficit. No entanto, somente as ações da prefeitura não vencem a significante demanda de habitação que a cada dia cresce expressivamente, inclusive com o adensamento de familiares que chegam oriundas de outras cidades e estados", explica.

domingo, 31 de julho de 2011

Dependência química é uma roleta russa

Por: Cleide Magalhães

Reportagem exclusiva publicada nos jornais Amazônia e O Liberal, 31/07/2011

Especialista e usuários falam dos efeitos da droga no cérebro

A morte da polêmica cantora britânica Amy Winehouse, 27, que lutava há anos contra as drogas, serve de alerta a todas as pessoas. Como explica o psiquiatra Efraim Teixeira, as drogas são substâncias psicoativas que estimulam o cérebro humano ao ativar uma estrutura chamada sistema de recompensa, responsável pela sensação de prazer.

"Quando realizamos alguma atividade que nos traz prazer, essa área libera uma substância denominada dopamina, importante neurotransmissor no cérebro. Para diversas atividades que realizamos há todo um processo preparatório para que seja estimulado o sistema de recompensa. Mas no caso da droga, ela vai ao cérebro, estimula diretamente o sistema de recompensa e, em poucos segundos, provoca a liberação de dopamina, corrompendo-o totalmente. Então, o cérebro aprende a sentir prazer somente com a droga, que libera dopamina facilmente, pulando todas as etapas. Os pacientes, quando estão em estágio mais grave, param até de se alimentar", afirma.

Isso faz com que o indivíduo perca o prazer com as atividades que antes sentia vontade de fazer, como estar com a família, trabalhar, estudar, namorar. Dependendo da droga, o sistema de recompensa vai ser estimulado mais rápida ou lentamente. Os casos mais graves envolvem o crack e o óxi, que estimulam o sistema de recompensa em poucos segundos.

"Essas drogas têm poder de causar dependência muito mais rápido e a duração do estímulo no cérebro é muito curta. Rapidamente, a pessoa tem que estimular de novo o cérebro para se livrar dos sintomas de abstinência, momento quando passam os efeitos da droga, que também são graves. Aí, tem que acender mais uma pedra da droga, logo em seguida mais outras e assim por diante, se tornando cada vez mais dependente. É possível que em poucas semanas a pessoa fique dependente dessas drogas", alerta.

Na opinião do psiquiatra, o que leva uma pessoa a consumir drogas é, principalmente, a curiosidade na adolescência. A maioria das experiências ocorre quando o jovem está com amigos e em festas. "Há casos em que a pessoa começou a usar logo droga pesada, como a cocaína. Mas, normalmente, inicia com o consumo do álcool e depois experimenta as drogas ilícitas. Embora o álcool seja uma droga legalizada, ainda é um grande vilão, pois acaba levando as pessoas para as outras drogas", considera.

Influência de terceiros forçou uso de maconha, cocaína e crack

O início da adolescência marcou a vida de Waldinei Teixeira, que tem 43 anos e consumiu drogas durante 27. "Desde criança meu pai já me levava para o bar onde ele bebia e este passou a ser um espaço de satisfação para mim. Depois, aos 13 anos, um tio me influenciou a usar cigarro e álcool. Ainda na adolescência sofri influência de outras pessoas e para não me sentir excluído do grupo passei a usar maconha, cocaína, crack, este durante os últimos seis anos".

Devido às drogas, Waldinei afirma que praticamente perdeu a vida social. "Quando consumia, perdia completamente o interesse pelo estudo, emprego e muitas outras coisas, porque a doença se instala, a pessoa vive para usar, se isola da sociedade e não se identifica com ninguém, só com a droga", disse.

Em 2008 ele buscou ajuda no Centro Nova Vida, organização não governamental localizada em Ananindeua, que em duas décadas já atendeu mais de oito mil pessoas. Atualmente, a instituição trabalha na recuperação de 28 dependentes químicos, dos quais a maior parte teve o crack e óxi como drogas consumidas recentemente. "Aqui tive consciência, admiti o problema, resgatei a minha vida e passei a confiar em mim", diz Waldinei.

O presidente do Centro Nova Vida, Luiz Veiga, 69 anos, é um dos exemplos de luta contra as drogas no Estado. Ele foi usuário dos 13 aos 48 anos. "Tenho a consciência de que preciso continuar meu tratamento para o resto da vida. Sei que sou uma pessoa depressiva, por isso tenho que manter sempre minha espiritualidade. O apoio familiar é fundamental e os familiares de nossos pacientes recebem acompanhamento para saber lidar com eles", afirma Veiga.

Quem tem familiares viciados corre mais riscos de repetir padrão

Além da curiosidade, há pessoas que não conseguem administrar problemas ou perdas de forma saudável e acabam procurando as drogas para suprir alguma carência. "Há situações em que a pessoa tem uma perda, alteração de humor, tristeza, problemas familiares, que pode trazer desde a infância, e busca compensar o problema com um estímulo que lhe traga prazer, e as drogas se encaixam bem nisso", afirma Efraim Teixeira.

Quem tem familiares dependentes de drogas conta com maior chance de se tornar um deles. A causa genética é um fator importante, mas não determina se uma pessoa será ou não dependente de drogas. "Quem tem parente que tem dependência química precisa tomar mais cuidado com essas substâncias, entretanto, ser ou não usuário depende de fatores que envolvem a personalidade da pessoa, aparelho psicológico, estrutura familiar e motivação pessoal - a mais importante de todas", esclarece o psiquiatra.

No contexto dos entorpecentes, uma das maiores polêmicas é a discussão a respeito da classificação ou não da maconha como droga. O psiquiatra explica que a maconha é uma droga, causa dependência química e, dentre todas as drogas, é a que mais provoca esquizofrenia, doença mental extremamente grave e crônica que leva a pessoa a ouvir vozes, ter alucinações e sensação de perseguição. "Está comprovado cientificamente que a maconha é uma das drogas que mais leva à esquizofrenia. A maconha, de inocente, não tem nada. Há muito desconhecimento sobre ela".

Consumo precoce, tratamento difícil

Efraim Teixeira alerta que quanto mais precoce é o consumo, mais difícil é o tratamento, porque a dependência torna-se grave. "O tratamento com as drogas é relativo e com crack e óxi é bem mais difícil. Porém, depende de fatores que não envolvem somente a substância em si, mas fatores determinantes mencionados. O apoio familiar é fundamental, mas o indivíduo precisa ter motivação. Se ele não a tiver, há técnicas adequadas para trabalhá-la".

O tratamento mais eficaz deve ser multiprofissional, isto é, envolvendo assistentes sociais, enfermeiros, farmacêuticos, médicos clínicos, psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, entre outros profissionais da área da saúde. Na equipe, o psiquiatra é quem pode garantir o suporte médico. "Muitas vezes, é preciso fazer psicoterapia para aprender a lidar com situações em que a pessoa não consegue superar e acaba sofrendo com a droga", detalha.

Controle - A dependência química é uma das mais graves doenças mentais crônicas, e para ela ainda não existe cura. Mas, diferente de algumas doenças mentais, é possível superar. "Não existe cura, mas há controle. O dependente químico precisa sempre ter a consciência de que não poderá mais utilizar a substância devido ao risco de voltar a sofrer os sintomas e o quadro que apresentava".

Relação "normal" com o entorpecente não é para qualquer um

Mudanças no comportamento podem ser observadas em vários estágios do consumo de drogas. "Quando a pessoa ainda não está dependente é mais difícil de perceber. No caso do adolescente, porém, ele começa a tirar notas baixas na escola, de uma pessoa dócil passa a ser agressiva e se irrita com qualquer coisa; passa noite na rua sem autorização, fica desobediente", diz Efraim Teixeira. Essas são algumas características que também podem estar relacionadas à depressão. Por isso, ao percebê-la, é importante procurar ajuda de psicólogo ou psiquiatra. As diferenças no aspecto físico, como desnutrição e emagrecimento, são mais presentes nas pessoas que estão em fase mais avançada da dependência de entorpecentes.

Ao consumir drogas, qualquer pessoa corre grande risco de passar a ser dependente, especialmente a partir do momento em que a relação entre indivíduo e substância psicoativa torna-se prejudicial para ele. Quando isso ocorre, é hora de procurar tratamento. "Há pessoas que se envolvem com a droga de forma ‘recreativa’ e levam uma vida ‘normal’, mas há um grande percentual que se torna dependente. É como se a pessoa utilizasse uma roleta russa: não tem como saber se ela vai ou não tornar-se dependente. Ao consumir já existe grande risco", destaca o psiquiatra.

Endereços e telefones úteis

- Centro de Atenção Psicossocial à Saúde do Usuário de Álcool e Outras Drogas (Casa AD), da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Localizada na avenida Almirante Barroso, 2362, no Marco. Telefone: (91) 3276-0890.

- Centro de Cuidados de Dependentes Químicos, da Secretaria Executiva de Saúde do Estado (Sespa). Localizada na travessa WE 2, 451, conjunto Cohab, gleba I, na Marambaia. Telefones: (91) 3231-4443 e 3231-1481. E-mail: ccdq@sespa.pa.gov.

- Centro Nova Vida, localizado na estrada Santana do Aurá, travessa 10, casa 2, em Ananindeua. Telefone: (91) 3265-1258. E-mail: novavida@amazon.com.br.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Cineasta paraense lança filme sobre Revolução Cabana

Depois de escrever e dirigir os longa-metragens Ajuê São Benedito, que trata da temática do trabalho escravo nos seringais da Amazônia, e o Ajuntador de Cacos, retratando a fé e a dedicação do padre Giovanni Gallo, fundador do Museu do Marajó, em Cachoeira do Arari, no Pará, o cineasta, diretor e roteirista Paulo Miranda lança neste sábado, 30 de julho, no Ginásio Municipal de Barcarena, a partir das 19 horas, o filme O Cônego – Senderos da Cabanagem, da produtora Lux Amazônia.


Paulo Miranda explica que o filme é uma ficção inspirada em fatos históricos e conta a experiência vivida pelo Cônego Batista Campos no período anterior à Revolução Cabana, que teve como desfecho a tomada de Belém em 7 de janeiro de 1835. O Cônego é o primeiro longa-metragem de ficção do cineasta sobre a temática da Revolução Cabana. “Como obra pioneira, não busca abarcar todo o movimento cabano, mas se pauta na trajetória de uma de suas mais influentes lideranças: o Cônego Batista Campos, o homem místico, militante político e intelectual a serviço da gente mais simples do Grão-Pará”, detalha o diretor.


O cineasta diz que embora tenha seu nome emprestado a um dos logradouros mais importantes da capital paraense, a Praça Batista Campos, o religioso ainda é um ilustre desconhecido até mesmo entre os estudantes. “Com o filme O Cônego – Senderos da Cabanagem, a produtora Lux Amazônia e seus parceiros querem contribuir para que este e outros personagens cabanos saiam do esquecimento a que estão relegados. O cinema tem este papel de resgatar a história e trazer à luz dos dias atuais os acontecimentos da Cabanagem”, diz Paulo Miranda.


O Pará aderiu tardiamente à Independência do Brasil em relação à Portugal, proclamada em 1822. Porém, a adesão do Pará à Independência em agosto de 1823 não representou sua emancipação política, mantendo-se inalterado o domínio colonial. O movimento cabano foi uma revolução popular que buscava pôr fim ao jugo do império português.


O diretor afirma que o cinema nacional ganha mais um trabalho com a cara e o sotaque amazônico. “Se antes a luta era por liberdade, autodeterminação política e econômica, hoje assume também uma importância cultural e artística, principalmente num tempo de globalização e otimização dos vários processos e meios de comunicação”, diz.


De acordo com dados do livro Memorial da Cabanagem, do historiador paraense Vicente Salles, que analisa a Revolução Cabana, um dos marcos fundamentais do período é o debate sobre as idéias republicanas em contraponto com os interesses imperiais da Coroa Portuguesa. Em sua obra, o historiador esboça a história do pensamento político-revolucionário do Grão-Pará. “Em tese, este é o pensamento das classes oprimidas, que se exprime principalmente no esforço de sacudir o jugo infamante. Reflete, entre nós, a luta pela cidadania em que tanto se empenharam índios e negros, solidários nas mesmas vicissitudes pela condição de servos e escravos, na sociedade modelada pelo colonizador europeu que a eles se opunha”, argumenta Vicente Salles.


O historiador acentua que “em toda a parte as relações entre dominadores e dominados suscitaram reflexões e, por vezes, pronunciamentos vigorosos dos humanistas, casta de indivíduos que consideram o Homem a principal peça da história. Também, aqui na Amazônia, ecoaram as vozes dos humanistas, dos que aspiram melhor e mais justa organização da sociedade”, acentua.


O Cônego - Senderos da Cabanagem foi realizado pela Lux Amazônia Filmes com o patrocínio da Prefeitura Municipal de Barcarena e é fruto do projeto Filma Pará. A ação cultural integrou o poder público municipal, o empresariado e a comunidade local para viabilizar a obra cinematográfica genuinamente paraense. “Dar voz e articular coletivamente a ação interpretativa junto com a comunidade foram fatores inclusivos em todo o período da filmagem”, diz Paulo Miranda.


O projeto envolveu 30 técnicos e produtores e aproximadamente 60 atores, todos selecionados e capacitados pelo coletivo da Lux Amazônia no próprio município de Barcarena. A direção de fotografia é de Sandro Miranda. A direção de Arte é de Raimundo Matos e Sandro Miranda. A direção de Produção foi feita por Ane Viana e Eliene Ribeiro. A produção Executiva ficou a cargo de Minorose Batista, Wellington Lucas e Rutinéa Miranda.

Contato para entrevista: (91) 8267-2296 / 3086-7687

Paulo Miranda – Cineasta

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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Combate às pragas nas cidades

Empresas cobram entre R$ 95,00 e R$ 500,00 para limpar ambientes

Por: Cleide Magalhães

Reportagem Especial publicada no jornal Amazônia, 23/07/2011

Mosquitos, ratos, baratas, formigas e cupins são algumas pragas que atormentam moradores de áreas urbanas, oferecendo riscos à saúde e até prejuízos econômicos para muita gente. Segundo a Associação dos Controladores e Vetores e Pragas Urbanas, em São Paulo, a população de roedores é superior à humana nos grandes centros. Somente este ano, em Belém, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) já notificou 205 casos de leptospirose, dos quais 48 foram confirmados. Nove pessoas morreram.

A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira, presente na urina do rato. Embora o poder público tente diminuir a ocorrência dos casos, por meio de ações de desratização nos espaços públicos da cidade, medidas preventivas, tratamento e combate às pragas urbanas precisam também ser aplicadas dentro dos espaços residenciais e comerciais.

Atualmente, existem em Belém e Ananindeua em torno de 15 empresas credenciadas, que fazem dedetização e desratização, atuando com medidas corretivas nos espaços residenciais e comerciais. Elas atendem à Resolução nº 52, de 22 de outubro de 2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde. A resolução estabelece diretrizes, definições e condições gerais para o funcionamento das empresas especializadas na prestação de serviço de controle de vetores e pragas urbanas, visando o cumprimento das boas práticas operacionais, a fim de garantir a qualidade e segurança do serviço prestado e minimizar o impacto ao meio ambiente, à saúde do consumidor e do aplicador de produtos saneantes desinfestantes.

Nas empresas regularizadas que oferecem os serviços em ambientes residenciais e comerciais os valores para matar insetos e ratos são tabelados e o orçamento leva em consideração o tamanho da área. Em apartamento, os preços variam entre R$ 95,00 e R$ 400,00. Nas casas, os valores ficam entre R$ 190,00 a R$ 500,00.

Produtos - Os produtos usados para matar as pragas urbanas são granulados e parafinados e requerem cuidados. "Depois que o cliente contacta com a gente, agendamos horário, um funcionário vai ao local, inspeciona a área, verifica se não há nenhum risco ou obstáculo e faz aplicação dos produtos. Alertamos que crianças e animais e pessoas que têm alergia só podem estar no ambiente após 24 horas. O adulto que não tiverem problema com o produto retorna após 6 horas. Durante três dias seguidos acompanhamos as ‘iscas’ colocadas no espaço", explica Ana Lobato, sócia de empresa que combate pragas.

A atividade é intensa. A empresa, que está no mercado paraense há oito anos, atende e presta assistência técnica para cerca de 60 clientes por dia, até nos finais de semana e feriados. Ao final, o cliente recebe certificado de garantia de três meses pelo serviço. "Caso haja reincidência, o funcionário da empresa retorna ao local e presta assistência técnica sem ônus", garante Ana.

Além desses produtos, os ratos são mortos também por meio de pó de contato, um tipo de talco que fica em seu pêlo depois que o animal passa pela área demarcada. "O rato possui o hábito de se lamber para se limpar. Quando se lambe entra em contato com o pó que o contamina e o leva à morte. Se outros ratos o lamberem também vão morrer", completa Ana.

Novidades - Uma das novidades no mercado, também para ajudar no controle de ratos, é a armadilha colante, que não apresenta produto químico e pode ser reutilizada. "Demarcamos a área em que o rato passa, depois colocamos placa colante em PVC, o rato é capturado, ele fica grudado e não consegue sair. A placa pode ser usada de novo", ressalta Ana Lobato.

O combate às baratas e formigas também conta com serviço diferenciado. Além da aplicação de produto de forma pulverizada, existe em gel. "É excelente para nossa região, muitas pessoas contratam pela facilidade, pois não tem cheiro, a pessoa não precisa sair nem limpar o local", conta Ana. Porém, melhoria é sinônimo de valores elevados. A aplicação em apartamento custa, em média, de R$ 120,00 a R$ 600,00 e em residência varia de R$ 240,00 a R$ 800,00.

Prédio passa por serviço a cada três meses

José Reis, administrador do edifício Maison Noblesse, no Umarizal, área nobre de Belém, ressalta a importância do serviço de dedetização e desratização. "Há sempre no prédio incidência de baratas e ratos vindos das ruas, esgotos e bueiros. Algumas baratas pequenas vêm dentro das caixas de compras trazidas pelos moradores do prédio e se reproduzem rápido. Para evitar a proliferação de insetos e ratos, além de evitar doenças, contratamos uma empresa que realiza, a cada três meses, dedetização e desratização na área comum do prédio. Orientamos ainda os moradores a fazerem o controle dentro dos apartamentos e, caso necessário, solicitem o serviço. Isso nos proprociona ter controle do prédio todo", disse.

Na hora de contratar o serviço para o edifício, que tem 20 andares sendo dois apartamentos em cada um deles, o administrador afirma ter cautela. "A cada seis meses fazemos novo contrato com uma empresa. Recebemos várias propostas, mas já estamos há cinco anos com a mesma porque conhecemos o serviço e levamos em conta ainda o preço de mercado. Hoje pagamos R$ 350,00 por serviço", informou José Reis.

Consumidor não deve usar produtos de forma aleatória

O veterinário Reinaldo Lima, especialista em Epidemiologia, que trabalha no Centro de Informações Toxicológicas do Hospital Universitário João de Barros Barrreto da Universidade Federal do Pará, alerta que a presença do animal na residência ou empresa já sinaliza que é preciso contê-lo, mas orienta que é importante as pessoas procurarem por um serviço especializado, que siga as normas exigidas pelos órgãos de saúde pública e não utilizar nenhum produto de forma aleatória, "o que pode ocasionar intoxicação humana leve, moderada ou grave, a qual pode levar à morte."

O tratamento e combate às pragas urbanas requer paciência e medidas básicas de higiene local. É preciso manter o ambiente limpo, sem restos de comida; consertar vazamentos; rejuntar azulejos; não acumular papéis e caixas de papelão, não abrigar entulhos no quintal e em casa; e, principalmente, redobrar o cuidado ao levar vasos e caixas para casa, que são ótimos ninhos. Esses são alguns conselhos dados pelo especialista. Outra recomendação é não enterrar madeiras e restos de materiais de construção, alimentos preferidos dos cupins.

Serviço - Para contratar o serviço de empresa privada, basta checar o contato na internet, mas não esqueça de confirmar se a empresa está credenciada na Anvisa. Caso você verifique a presença de ratos em sua rua, é possível agendamento de visita dos técnicos do Centro de Controle de Zoonoses para realizarem, gratuitamente, a desratização. Os telefones são: 91 - 3227-2088 e 3247-3001. ]Quem tiver contato com algum produto usado na dedetização e desratização de animais e passar mal, pode acionar o Centro de Informações Toxicológicas, pelo telefone 0800 722 6001, e receber orientações sobre como melhor proceder.