Por: Cleide Magalhães
Reportagem publicada em O Liberal e Amazônia, 12/01/2012
O câncer de pele responde por 25% do total de tumores malignos detectados no país. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a incidência é maior em pessoas de pele e olhos claros, que se expõem frequentemente e por tempo prolongado ao sol. Entretanto, especialistas alertam que todos os brasileiros devem estar atentos diante dos dados que mostram ainda que a doença vai atingir 134.170 brasileiros este ano. Desses, 62.680 casos são com homens e 71.490 mulheres. No Pará, os índices revelam que vão ser 1.330 pessoas do sexo masculino e 1.710 feminino. Em 2008, no Estado foram 370 casos que acometeram os homens e 589 mulheres.
Os dados do Inca referem-se ao câncer de pele do tipo não-melanoma. A dermatologista Maria Eloísa Soares, que atua Centro de Atendimento de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) o Hospital Ofir Loiola (HOL), instituição pública que serve de referência no Pará em casos de câncer invasor, explica que existem basicamente dois tipos de câncer de pele: o não-melanoma, que é o mais comum e raramente pode causar a morte do paciente, e o melanoma, que é o mais raro, mas é responsável por três em cada quatro mortes por câncer de pele.
“Os não-melanomas são o carcinoma basocelular, que é o mais comum e mais conhecido como câncer de pele, não dá metástase (formação de uma nova lesão tumoral a partir de outra, mas sem continuidade entre as duas), mas lesa o tecido local (pele). O não-melanoma é também o carcinoma espinocelular, que é mais perigoso porque dá metástase. Esses são os que mais ocorrem na população em geral e são desencadeados pela irradiação solar a qualquer hora do dia”, explica a médica.
Pessoas de pele clara, que ficam vermelhas com a exposição ao sol, estão mais sujeitas às neoplasias. A maior incidência deste tipo de câncer de pele se dá na região da cabeça e do pescoço, que são justamente os locais de exposição direta aos raios solares. “As pessoas mais claras estão mais predispostas a terem menos melanina na pele, e devem se preocupar. Mas isso não quer dizer que os morenos não devam tomar cuidados porque a doença pode atingir qualquer pessoa”, disse a médica.
Para a maioria dos cânceres, quanto mais cedo (quanto mais precoce) se diagnostica o câncer, mais chance essa doença tem de ser combatida. “Em ambos os casos, a cirurgia é o tratamento mais indicado. Porém, dependendo da extensão, o carcinoma basocelular pode também ser tratado através de medicamento tópico ou radioterapia. Vai depender da extensão e do tipo de tumor. Pessoas que apresentam feridas na pele que demorem mais de quatro semanas para cicatrizar, variação na cor de sinais, manchas que coçam, ardem, descamam ou sagram, devem recorrer o mais rápido possível ao dermatologista”, orienta.
Proteção
Outro dado preocupante é que cerca de 70% da população mundial não utiliza protetor solar diariamente. De 2 a 3 milhões de novos casos de câncer não-melanoma são diagnosticados anualmente no mundo, sendo que no Brasil esse número chega a 110 mil novos casos não-melonoma e 5 mil melanomas por ano. Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) a morte por câncer é a de maior incidência no mundo.
Para se proteger adequadamente, é necessário escolher protetores solares que bloqueiem os raios ultravioletas UVB e UVA observando o FPS (Fator de Proteção Solar): quanto maior o valor do FPS, maior será a proteção oferecida pelo produto. A médica ressalta que é preciso se lembrar de outros procedimentos fundamentais para a eficácia dos protetores: aplicá-los cerca de 30 minutos antes da exposição direta ao sol ou à luz artificial, reaplicá-los a cada duas horas e não descuidar da alimentação equilibrada, pois alimentos ricos em vitaminas A e D melhoram o aspecto da pele e intensificam naturalmente o bronzeado.
O atendimento no caso de câncer de pele no Pará acontece no Cacon do Ofir Loila, que atende a todas as especialidades no Estado. Segundo a coordenadora estadual de Atenção Oncológica da Secretaria de Estado e Saúde Pública (Sespa), Marta Solange Costa, o governo do Estado busca tratar os casos de câncer de forma descentralizada para ampliar o atendimento à população. Hoje há uma Unidade de Assistência de Alta Complexidade de Oncologia (Unacon) em Santarém, oeste do Pará. Outra Unacon está sendo programada para Tucuruí, sudoeste do Estado, com previsão de ser inaugurada nos próximos dois anos. E o Hospital Universitário João de Barros Barreto da Universidade Federal do Pará (UFPA), com previsão de ser inaugurar ainda este mês.
Cleide, convido a ti e a teus leitores para conhecerem e participarem com suas produções literárias do Urbanasvariedades, o modo long play do Urbanascidades, blog cultural de produção coletiva. Visite urbanasvariedades.blogspot.com. e solte o verbo.
ResponderExcluirUm abraço,
Paulo Bettanin.
Obrigada. Vou te add no meu blog. Sucesso!
ResponderExcluir