Foto: Daniel Pinto
O trânsito em
Belém continua a representar caos para os milhares de pedestres, ciclistas e
motoristas obrigados a trafegar pelos trechos afetados pelas obras do projeto
de implantação do transporte público por meio do Sistema de transporte Rápido
por ônibus (BRT) da prefeitura de Belém. Principalmente os que precisam passar
pela avenida Almirante Barroso. A Justiça Federal ainda não se manifestou sobre
a mais nova ação impetrada pelo Ministério Público Federal, no último dia 16,
mas o problema parece longe de acabar. Na ação, o MPF pede que a Justiça
embargue de forma imediata as obras do BRT e obrigue a prefeitura a apresentar
um planejamento para diminuir os transtornos causados à população.
Para contrapor
os argumentos do MPF, o prefeito Duciomar Costa (PTB) esteve nos estúdios da TV
Liberal na manhã de ontem e concedeu entrevista ao jornalista João Jadson, do
Bom Dia Pará. Duciomar negou que as obras da BRT tenham sido implantadas de
maneira pouco criteriosa e reafirmou que nada foi feito sem planejamento. Ele
também explicou que é necessário paciência devido a grandiosidade do projeto,
mas garantiu que a partir desta semana os trabalhos serão acelerados.
"Falta somente um trecho de obra que cabe à prefeitura na João Paulo e
estamos realocando os moradores em mais um quarteirão para permitir que a
avenida seja prolongada por mais alguns metros, mas temos que fazer isso de
forma ordenada, o que consome tempo. A outra extensão da avenida João Paulo é
projeto do governo do Estado. Fizemos o binário da avenida Senador Lemos com a
Pedro Álvares Cabral, as avenidas Marquês de Herval e Duque de Caxias para o
trânsito fluir melhor. Sabemos que a obra do BRT gera incômodo, mas precisamos
executá-la para melhorar o trânsito de nossa cidade. Vamos trabalhar em turno
integral, dia e noite, para reduzir o tempo que é de 90 dias. Para isso,
precisamos da paciência e apoio da população", solicita o prefeito.
O Bom Dia Pará
recebeu diversas perguntas dos telespectadores sobre o BRT. Nesse quadro,
Duciomar Costa esclareceu ainda que o sistema vai ocupar somente uma pista da
avenida Almirante Barroso. Nas outras três passarão somente carros, e não mais
ônibus, estes vão até as estações, e que as ciclovias serão mantidas. Além
disso, falou que as obras do Entroncamento serão corrigidas. "Já assinamos
termo de cooperação administrativa com o governo Federal nesta semana e as
obras do Entroncamento, que eram de sua competência, podem ser administradas
por nós. Das correções a serem feitas estão a retirada das passarelas que não
são usadas".
Procurador
afirma que projeto tem causado prejuízo à população
O procurador da
República Bruno Valente, um dos responsáveis pela ação - além de Daniel Azeredo
Avelino e Felício Pontes Jr. - também esteve no programa e reforçou que alguns
transtornos foram causados à população com a obra. "Os problemas não
precisavam ter sido nesse grau. Uma medida a ser tomada para diminuir o caos
era a conclusão do prolongamento da avenida João Paulo II. Já contamos com ação
anterior que aponta irregularidades no processo licitatório da obra, que embora
seja ampla teve somente uma empresa concorrente. Além disso, não houve
audiência pública e consulta à população sobre as obras. Por essas ilegalidades
não poderiam ser aplicados recursos do governo Federal, mas uma liminar foi
concedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região à primeira ação depois
que a presidente Dilma Roussef garantiu a obra no PAC II", explicou o
procurador Valente.
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